Kaepernick completa 900 dias desempregado após peitar a NFL
O quarterback Colin Kaepernick completa neste domingo 900 dias como um desempregado. O jogador de futebol americano não possui contrato com nenhum time da NFL desde março de 2017, quando encerrou-se seu vínculo com o San Francisco 49ers e ele se tornou agente livre no mercado. Desde então, o atleta não recebeu proposta de nenhum dos 32 times da liga.
Kaepernick utiliza a contagem feita pela conta do Twitter @KapWatch que diz "há quantos dias Colin Kaepernick está sendo banido da NFL? Nós estamos contando". Ela começou no dia 1º de março de 2017 - o fim do contrato entre jogador e franquia só foi oficializado no dia 3 de março daquele ano.
O quarterback, que ainda busca se recolocar na maior liga de futebol americano do mundo, usou a contagem na última semana para abrir um vídeo em que mostra a sua rotina de treinos.
"5h da manhã. Cinco vezes por semana. Por três anos. Ainda pronto", escreveu o jogador. O vídeo tem mais de 3 milhões de visualizações e milhares de mensagens de apoio.
O último jogo do quarterback na NFL foi contra o Seattle Seahawks no dia 1º de janeiro de 2017, pela última rodada da temporada regular.
Kaepernick tornou-se uma espécie de mártir da luta contra a desigualdade racial e a violência policial contra negros nos Estados Unidos. No dia 14 de agosto de 2016, durante a pré-temporada, ele não ficou em pé durante a execução do hino nacional do país pela primeira vez e causou enorme comoção. O terceiro aniversário do ato foi celebrado por ele nessa quarta-feira.
Primeiro, ele ouviu o hino sentado. Depois, passou a se ajoelhar e ganhou a companhia de outros jogadores. Porém, Kaepernick virou o alvo principal dos elogios e críticas.
Nestes 900 dias, o jogador esteve sempre nos holofotes, mas por sua atuação fora de campo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a ala conservadora dos fãs de futebol americano fizeram duras críticas aos protestos e aumentaram a pressão para que as equipes e a NFL punissem os atletas que não ficassem em pé durante o hino.
Na última semana, Trump voltou ao tema e disse que "adoraria ver Kaepernick se ele for bom o bastante".
Sem ofertas de emprego, Kaepernick acusou os donos das franquias da liga de conluio para que ele e Eric Reid, ex-colega de 49ers que segue na liga, não fossem mais contratados. O processo contra a NFL foi encerrado em fevereiro, mas detalhes não foram divulgados.
O jogador seguiu com o ativismo social e hoje é um dos maiores nomes na luta contra a desigualdade racial. Em 2017 ele foi eleito a personalidade do ano pela revista GQ.
A Nike lançou uma campanha em setembro de 2018 com o rosto de Kaepernick no 30º aniversário do slogan "Just do It". Na peça, a frase "Acredite em algo. Mesmo se isto significar sacrificar tudo" aparecia junto com o rosto dele. As ações empresa cresceram 6% na época.
Kaepernick foi escolhido na 36ª posição do Draft de 2011, atuou como quarterback do San Francisco 49ers por seis temporadas e levou a equipe ao Super Bowl 47, mas acabou derrotado por 34 a 31 pelo Baltimore Ravens.
Seu melhor momento veio 2012. Ele conquistou a titularidade durante a temporada regular e levou a equipe até a decisão da NFL logo na sua primeira aparição nos playoffs. Apesar da derrota, Kaepernick mudou de patamar dentro da liga. Porém, a partir de 2015, o quarterback passou a perder espaço e o posto de titular, sofreu com lesões e não conseguiu retomar o nível de atuações das temporadas anteriores.
Até hoje muito se discute se o quarterback teria espaço como titular em alguma das 32 franquias. Apesar do seu talento com a bola nas mãos, nenhum time quis bancar o "pacote Kaepernick" desde março de 2017.
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