'Primo violento' da NFL renasce após 19 anos e vai passar na TV brasileira
O Super Bowl do último domingo (2) encerrou a temporada da NFL, mas uma versão mais bruta do futebol americano volta a ser disputada hoje. Duas décadas depois de uma primeira edição controversa, a alternativa XFL ressurge prometendo um jogo mais ágil, mais espetaculoso —e também mais violento.
No geral, a liga conta com atletas que jogaram futebol americano universitário, mas não tiveram espaço ou destaque na NFL, pelos mais variados motivos. O torneio tenta se destacar pelas inovações que traz e é formado por oito equipes, com quatro partidas por rodada. Todos os jogos têm transmissão nacional nos EUA, e no Brasil os canais ESPN passam a estreia de St. Louis BattleHawks e Dallas Renegades às 19 horas (de Brasília) de domingo (9). Assinantes do UOL Esporte Clube podem acompanhar o jogo ao vivo, online, via WatchESPN.
A atual XFL sucede uma experiência contestável de 2001, que chegou fazendo muito barulho mas passou à história como um fracasso retumbante pela má gestão, jogos ruins e prejuízos ainda piores. Hoje a liga volta a se apresentar como uma mistura inovadora de esporte e reality show, que promete "mais ação, acesso e diversão" do que a tradicional NFL — mas desta vez com um pouco mais de responsabilidade.
"Além do nome, não há nada em comum entre o que teremos e a liga de 2001", disse Oliver Luck, comissário da XFL, em entrevista coletiva. Mas o discurso atual é bem parecido com o de 19 anos atrás. "O esporte favorito dos EUA está evoluindo, e isso significa menos interrupções e mais bola", anuncia o site oficial da liga, prometendo "ritmo acelerado de jogadas e mais ação, do jeito que os torcedores querem".
Assim como em 2001, a XFL exalta "o futebol americano dos velhos tempos" e promete jogos mais dinâmicos — o que na primeira edição, na prática, significou jogadas muito mais agressivas e lesões frequentes. Daquela vez a agressividade resultou em vários desfalques, e a qualidade das partidas piorou ainda mais. O nível técnico dos jogos já não era dos melhores, e depois das contusões passou a ser piada entre torcedores e comentaristas.
Neste ano a XFL criou regras mais responsáveis e pensou duas vezes antes de promover a brutalidade. A liga extinguiu, por exemplo, a jogada que mais causou lesões há 19 anos: a disputa irrefreada que substituía o cara ou coroa no início de cada jogo. Também houve mudanças no pontapé inicial e nas jogadas de punt, notoriamente relacionadas a contusões na NFL.
Se a temeridade das regras diminuiu, a mercadologia da liga promete ser semelhante a da primeira edição. Daquela vez a XFL se notabilizou por embalar os jogos de formas que a NFL ignorava, usando a criatividade às vezes para o bem, às vezes para o mal.
Na transmissão, por exemplo, ficaram famosas as entrevistas feitas durante as partidas, para todo o estádio ouvir, muitas vezes com provocações entre os times ou superexposição dos atletas que cometessem erros. Institucionalmente, a comunicação da XFL é incisiva, cheia de explosões e efeitos especiais, bem ao estilo das lutas do WWE —desde a criação a liga pertence a Vince McMahon, CEO da empresa de wrestling.
Em meio à gestão questionada, aos jogos ruins e às muitas lesões, a primeira edição da XFL teve como principal legado uma inovação nas transmissões. A filmagem mais próxima dos jogadores acabou sendo adotada pela NFL por meio da "spider cam", a câmera suspensa sobre o gramado. Neste ano, o desafio da liga alternativa é entregar ao público um produto menos caótico e mais duradouro do que a experiência anterior.
Regras diferentes da NFL
A XFL tem pelo menos cinco regras completamente diferentes das adotadas pela NFL, incluindo dois passes para frente no mesmo lance, mudanças nos "pontos extra" depois dos touchdowns e até uma espécie de 'cobrança de pênaltis' na prorrogação.
As mudanças partem da criatividade para criar mais oportunidades de pontuar. "Agora, há mais chances de uma virada, e nenhuma vantagem no placar é segura", anuncia os vídeos de divulgação. Isso envolve o lance de pontos extras, por exemplo, que na XFL passa a ter três opções de pontuações diferentes.
A prorrogação, por sua vez, na XFL virou uma sequência de jogadas curtas: são cinco ataques alternados de cada time, sempre na boca da endzone, e quem mais pontuar vence (veja o vídeo explicativo acima, em inglês).
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