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Dinheiro, família e armas ofensivas pesaram para Brady escolher novo time

Tom Brady durante derrota do New England Patriots para o Tennessee Titans - Maddie Meyer/Getty Images/AFP
Tom Brady durante derrota do New England Patriots para o Tennessee Titans Imagem: Maddie Meyer/Getty Images/AFP

Lucas Tieppo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/03/2020 04h00

Tom Brady já tem uma nova equipe para seguir sua carreira no futebol americano. No mesmo dia do anúncio da sua saída do New England Patriots, o quarterback chegou a um acordo nesta terça-feira (17) para se tornar jogador do Tampa Bay Buccaneers.

A informação foi dada por Ian Rapoport, repórter do NFL Network, na noite desta terça-feira (17). O acerto ainda não é oficial e nem há data para o anúncio, mas o acordo está selado. Segundo Rapoport, os Bucs pagarão 30 milhões de dólares (R$ 150 milhões) por temporada ao veterano.

Outras equipes tinham interesse em assinar com Brady, que pela primeira vez na carreira estava livre no mercado. Los Angeles Chargers e Las Vegas Raiders acompanharam de perto a definição do futuro dele, mas não chegaram a oficializar o interesse.

Depois de 20 anos com a camisa dos Patriots, Brady vestirá outro uniforme na NFL pela primeira vez. Ele se despede dos Patriots com seis títulos da liga, recorde entre os atletas, e nove contratos assinados que renderam 235 milhões de dólares (mais de R$ 1,1 bilhão) em salários.

As movimentações de Brady nesta terça causarão algumas consequências para a NFL. Depois de 20 anos e nove títulos da Conferência Americana, Brady disputará a Conferência Nacional da liga. Tampa Bay está na divisão NFC Sul ao lado de New Orleans Saints, Atlanta Falcons e Carolina Panthers.

Brady trocou a franquia mais vencedores da liga ao lado do Pittsburgh Steelers para defender um time que vive má fase há anos. Os Buccaneers venceram o Super Bowl apenas uma vez, na temporada 2002, e não chegam aos playoffs desde 2007. Foram apenas dez aparições na pós temporada contra 41 aparições do quarterback.

Nada levava a crer que Brady apostaria em um time com esse histórico recente, mas alguns fatores pesaram para o veterano de 42 anos assinar com o time da Flórida. Brady quer jogar até os 45 anos e os Patriots não pareciam dispostos a permitir isso, tanto que segundo a NBC Sports não houve negociação por um novo acordo. Já os Bucs ofereceram 30 milhões de dólares, o quinto maior salário da NFL, o que mostra total confiança no desempenho dele como líder de um time no curto prazo.

A franquia tem um ótimo corpo de recebedores, liderados por Mike Evans e Chris Godwin, uma boa linha ofensiva e uma defesa com qualidade. Com as novas escolhas via Draft ou e reforços via troca, a equipe de Bruce Arians pode chegar aos playoffs e quem sabe dar mais um anel para Brady antes da aposentadoria. A janela é de três anos, mas a disputa com Saints será grande para o título da NFC Sul.

O treinador também foi um fator importante, já que Arians é conhecido por trabalhar bem com quarterbacks apesar de apostar em jogadas mais verticais, o que deve mudar a partir da chegada de Brady, que não tem o braço mais potente da NFL. Jameis Winston, titular dos Bucs em 2019, liderou em jardas lançadas com 5.109, com 33 touchdowns e 30 interceptações.

Fora os fatores esportivos, segundo a imprensa norte-americana a família de Brady preferia seguir morando na Costa Leste dos Estados Unidos. Além disso, a Flórida não cobra imposto de renda estadual. Ou seja, mais dinheiro no bolso de Brady.

Outro ponto importante é que o estádio dos Bucs, o Raymond James Stadium será palco do Super Bowl 55 em fevereiro de 2021 e nunca um time jogou a final da NFL em casa. Pode ser mais recorde a ser batido por Brady.