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Patriots deixam ídolos partirem e reforçam fama de "frieza" de treinador

Bill Belichick, técnico do New England Patriots - Adam Glanzman/Getty Images/AFP
Bill Belichick, técnico do New England Patriots Imagem: Adam Glanzman/Getty Images/AFP

Lucas Tieppo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/04/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Ídolos Tom Brady e Stephen Gostkowski deixaram a equipe nas últimas semanas
  • Técnico Bill Belichick tem fama de não deixar o emocional interferir em negociações
  • Gostkowski defendeu os Patriots por 14 temporadas e passou por lesão no quadril
  • Já Brady jogou por 20 temporadas na franquia e agora é jogador dos Buccaneers

A temporada 2019 da NFL terminou mais cedo do que o costume para o New England Patriots e a derrota na rodada de WIld Card dos playoffs gerou uma onda mudanças na franquia. As saídas de Tom Brady, Stephen Gostkowski e outros titulares mostram uma faceta já conhecida do técnico Bill Belichick. Para o treinador, ninguém é insubstituível, e a decisão de deixar um ídolo partir é tomada sem muito espaço para sentimentalismo.

Belichick é quem dá as cartas nos Patriots desde 2000 e já coleciona a dispensa de grandes jogadores que passaram pela equipe nos últimos anos. As saídas mais recentes, de Brady e Gostkowski, reforçam a fama do treinador.

O caso do kicker é emblemático. O atleta de 36 anos foi o dono da posição por 14 temporadas, ajudou a franquia a conquistar três Super Bowls e é recordista de pontos (1775), mas perdeu boa parte da temporada passada com uma lesão no quadril que rendeu uma cirurgia.

Apesar dos elogios feitos ao agora ex-kicker na nota de despedida, Belichick dispensou o veterano por entender que ele não era mais confiável como foi nos últimos anos, além de exigir um investimento maior em salário - ele custaria 4,8 milhões de dólares na próxima temporada.

Já Brady não foi oficialmente dispensado, pois se tornou livre para negociar seu futuro, mas relatos de jornalistas que cobrem a NFL nos Estados Unidos mostram que Belichick não fez muita força para manter o quarterback na equipe, apesar do desejo público do dono da equipe, Robert Kraft.

A história de Brady na franquia e o posto de ídolo máximo entre os torcedores não pesaram na decisão de não oferecer o contrato que o quarterback esperava para seguir. Para o treinador, a conta não fechava, pois Brady, aos 42 anos, gostaria de receber um salário alto e que teria grande impacto no teto salarial da equipe.

Ou seja, Belichick deixou a emoção de lado e usou apenas a racionalidade para decidir que Brady não tinha mais espaço nos Patriots. Com isso, o caminho foi aberto para o acerto do camisa 12 com o Tampa Bay Buccaneers.

O defensor Kyle Van Noy, duas vezes campeão do Super Bowl, foi outro que viu Belichick não cobrir a proposta feita pelo Miami Dolphins de 51 milhões de dólares (R$ 267 milhões), sendo 30 milhões garantidos.

A conduta do treinador não é recente, tem sido assim desde que assumiu os Patriots. Um caso famoso é a troca do wide receiver Randy Moss, um dos melhores alvos de Brady na passagem pelos Patriots, para o Minnesota Vikings em 2010. Na ocasião, o técnico entendeu que o jogador estava pensando mais no dinheiro que ganharia e não nos títulos que poderia vencer com a equipe.