Os escândalos da Fifa sob o comando de Joseph Blatter Getty Images Reinado começa sob denúncias - Em 1998, Joseph Sepp Blatter substitui João Havelange como presidente da Fifa, numa votação apertada contra o rival sueco Lennart Johansson. Acusações de suborno generalizado rapidamente emergiram, mas nenhuma investigação foi levada ao cabo. Fabrice Coffrini/AFP Caso ISL - A International Sport and Leisure (ISL) era a empresa suíça que administrava os direitos de distribuição e comercialização da Copa do Mundo. Faliu em 2001 com déficit de mais de 100 milhões de dólares. Investigação das autoridades suíças em 2010 apontou que dezenas de milhões de dólares foram pagos em propinas para os executivos da FIFA em troca de contratos exclusivos de direitos televisivos para a Copa do Mundo. Joseph Blatter, porém, não foi implicado. O relatório FIFA caracterizou sua conduta como "desajeitada", mas não viu "má conduta criminosa ou ética". O caso, por fim, foi arquivado por causa de lacunas da legislação suíça em vigor no momento. REUTERS/Kim Kyung-hoon ?Fogo amigo? - Então secretário-geral da Fifa em 2002, Michel Zen-Ruffinen apresenta um dossiê às autoridades suíças em nome de outros membros do Comitê Executivo em que acusa Blatter de má gestão financeira, conflito de interesses e abuso de poder. Em abril, o mandatário reconhece que encerrou a investigação sobre as finanças da Fifa sob o pretexto de preservar a confidencialidade dos vários membros acusados dos possíveis delitos. Com efeito, Zen-Ruffinen perde a luta interna e deixa FIFA. AP Photo/Jacques Brinon Reeleição sob suspeita - Apesar da revolta de vários de seus principais dirigentes e novas acusações de suborno, Blatter se reelege presidente da Fifa em 2002 contra o africano Issa Hayatou (dir.), seu então vice-presidente na entidade, que o acusou de ?práticas ilegais?. Luis Acosta/AFP Photo Fraude na venda ingressos - Vice-presidente da Fifa e presidente da Federação de Futebol de Trinidad e Tobago, Jack Warner é acusado de fraude maciça envolvendo a venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2006 na Alemanha através de uma empresa de viagens controlada por sua família. Após investigação que culminou na renúncia do dirigente, a Fifa inocenta Warner, que teve lucro declarado de 1 milhão de dólares nas transações, e apenas ?desaprova? sua conduta. Siphiwe Sibeko/Reuters Caso Visa/MasterCard - Jérôme Valcke, então diretor de marketing da Fifa, deixa o cargo no final de 2006 depois de uma polêmica renovação de contrato com a MasterCard, parceira da entidade por 16 anos. Valcke havia firmado acordo com a concorrente Visa, cujo contrato foi anulado por uma juiza de Nova York, após o dirigente francês assumir na própria corte americana que mentiu.A Fifa viu-se forçada a renovar contrato com a MasterCard e teve de desembolsar 90 milhões de dólares. Seis meses após ser demitido por má conduta, Jérôme Valcke volta à Fifa por cima, nomeado secretário-geral da FIFA. AFP Mundiais na Rússia e Catar - Em 2010, o processo de licitação para as Copas do Mundo de 2018 e 2022 trouxe mais acusações de suborno, má gestão financeira e licitações fraudulentas. Críticos apontaram que a decisão de outorgar duas Copas do Mundo ao mesmo tempo teve como objetivo troca de votos. Dois membros da Comissão Executiva - Amos Adamu da Nigéria e Reynald Temarii de Tahiti - foram suspensos antes da votação após reportagem investigativa do The Sunday Times flagrar os dois cartolas pedindo pagamentos em troca de seus apoios. Depois, foi revelado pelo chefe da candidatura da Inglaterra que quatro ex-membros da Comissão Executiva tinham solicitado-lhe subornos por seus votos. Após investigação conduzida pelo Comitê de Ética, a Fifa declarou que as acusações não infringiram a integridade dos votos. O homem que havia conduzido a investigação, o ex-procurador americano, Michael J. Garcia, prontamente deixa o Comitê de Ética em protesto. Ahmad Yusni/EFE Caso Bin Hamman - Homem de negócios do Qatar e presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), Mohamed Bin Hammam entra no páreo da eleição presidencial da Fifa em maio de 2011. O Comitê de Ética, que suspeita que o catari comprou votos na Concacaf, abre um processo contra ele e Jack Warner, então presidente da vice-presidente da Concacaf e da FIFA. Bin Hamman retira a candidatura e é suspenso temporariamente Fifa até a conclusão das investigações. Mais tarde, o dirigente é declarado culpado por peculato à frente da AFC e do Comitê Executivo da Fifa entre 2008 e 2011 e banido das atividades ligadas ao futebol pela entidade. Jack Warner também renuncia a seus cargos à frente da Concacaf e da Fifa. Marcus Brandt-3.dez.2013/EFE FBI comanda prisões na Suíça - O futebol mundial amanheceu no dia 27 de maio de 2015 em meio a uma grande polêmica envolvendo dirigentes do alto escalão do esporte. Em Zurique, na Suíça, onde a Fifa se prepara para eleição presidencial da entidade, uma operação policial que teve base em investigações do FBI prendeu sete cartolas, incluindo José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Seria o começo do fim da era Blatter, que chegou a ser reeleito mas renunciou à presidência da Fifa no dia 2 de junho. EFE/SEBASTIÃO MOREIRA Ingressos da Copa de 2014 - Jerome Valcké "foi liberado de suas funções" da Fifa após ter sido denunciado de estar envolvido em um esquema de ingressos que teria rendido a ele R$ 9 milhões. EFE/EPA/MARCUS BRANDT Processo contra Blatter -Após cancelar uma coletiva de imprensa de uma reunião do comitê executivo da Fifa, Blatter foi envolvido em um processo criminal na Justiça suíça. Em nota, a procuradoria do país citou um pagamento de US$ 2 milhões a Michel Platini, presidente da Uefa