Após eliminação, torcedores argentinos agridem e roubam jogadores

Eliminados da Copa Argentina pelo Godoy Cruz na última quarta-feira, os jogadores do Huracán, tradicional clube de Buenos Aires, enfrentaram a ira da torcida nesta quinta. Pelo menos 150 barras bravas invadiram o vestiário do clube, agrediram e roubaram os atletas.

Além das agressões, os torcedores também danificaram vários carros de jogadores que estavam no estacionamento do clube, e deixaram pichações exigindo a saída do treinador Juan Manuel Llop.

Clube com história rica e que revelou muitos jogadores famosos na Argentina, o Huracán vive dias difíceis. Endividado, o time está na segunda divisão nacional e só conseguirá o acesso caso ocorra um milagre, já que está a 14 pontos da zona de classificação.

O presidente da equipe alvirrubra, Alejandro Nadur, se disse entristecido com o ocorrido e assegurou que pedirá providências à polícia. Enquanto isso, o técnico Juan Manuel Llop já afirmou que avalia a possibilidade de rescindir seu contrato.

Um diretor do clube, que não quis se identificar, confessou que diversos jogadores também já pediram a rescisão contratual, pois não se sentem mais seguros após a invasão da torcida.

Os episódios violentos envolvendo barras bravas, contudo, já se tornaram rotina no futebol argentino. Na semana passada, por exemplo, um grupo de torcedores invadiu o treino do Independiente, que enfrente risco de queda para a segunda divisão, e ameaçaram os atletas.

"Se o time cair, vamos matar todos vocês", gritaram hinchas do time de Avellaneda, maior campeão da história da Copa Libertadores, durante o treino. A partir desse dia, os trabalhos da equipe foram feitos sempre sob supervisão da polícia.