Jorge Fossati não está confortável no Internacional
Após perder a segunda partida em casa no Campeonato Brasileiro, a sétima como treinador do Internacional, o uruguaio Jorge Fossati foi calmo, sóbrio e franco para falar do seu futuro. Nas palavras do ex-comandante da LDU e seleção do Uruguai, a parada para a Copa do Mundo servirá para avaliar o trabalho, pensar em reforços e dispensas e em uma possível saída. Porém, educado, Fossati pediu para não falar mais sobre o assunto.
Entre os dirigentes, o discurso é pela permanência do treinador, mas sem a convicção de outros momentos recentes da história do clube gaúcho. O vice de futebol, Fernando Carvalho, despistou. “A avaliação é permanente”, comentou.
“Embora a gente tenha conseguido a classificação [às semifinais da Libertadores], acho que tudo tem que ser observado e pensado. Tudo que passou”, disse Jorge Fossati, em entrevista coletiva depois da derrota de 2 a 0 para o São Paulo, no Beira-Rio. “O que interessa é que o Inter saia reforçado do recesso, em todos os aspectos. E dentro disso também está o trabalho da comissão técnica”, completou.
No dia 12 de maio, Fossati recebeu a reportagem do UOL Esporte, e mais dois veículos, em sua casa e revelou que não estava completamente feliz em Porto Alegre. A partir desta entrevista, onde o técnico comentou o projeto para o período da Copa, sua saída voltou a ser muito especulada.
No intervalo do jogo contra o Estudiantes, na última quinta-feira, em Quilmes, dirigentes criticavam duramente a escalação e postura da equipe em campo que perdia por 2 a 0. No fim, Giuliano marcou e garantiu o avanço no torneio.
“Eu quero que o Fossati permaneça”, respondeu o vice de futebol, Fernando Carvalho, de forma incomum. “Ele não me perguntou nada e nem eu o questionei. Não conversamos e a reavaliação é permanente, mas sempre pensando na permanência dele”, acrescentou o dirigente.
As inúmeras críticas que recebe, desde que assumiu o Inter, em janeiro, pelas constantes mudanças de esquema e jogadores no time titular, deixam o uruguaio insatisfeito. Mas questionado sobre a boa campanha na Copa Libertadores, Fossati foi mais enigmático sobre seu futuro.
“O Inter conseguiu estar entre os quatro melhores da América. Não é o objetivo final. Queremos fazer tudo para ganhar a Copa. Mas não quer dizer que com o bom resultado, eu insisto, não devemos avaliar as coisas para um lado ou outro, só com resultado. Não tem por que achar que tudo foi feito da melhor maneira. A única coisa que coloquei foi isso e não gostaria de faltar com respeito para com vocês, mas não gostaria de falar mais do problema, ou melhor, da ideia. A diretoria também acha que precisamos nos reunir com tranquilidade. O erro foi meu, ao falar da reunião da pausa. Agora não temos tempo para falar disso”, concluiu.
Antes da parada para o Mundial da África, o Inter ainda tem mais quatro jogos pelo Campeonato Brasileiro. O próximo deles é na quinta, no Rio de Janeiro, contra o Vasco.
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