UOL Esporte Brasileirão - Série A
 
27/05/2010 - 13h46

Sob pressão no Cruzeiro, Adilson Batista cita Telê Santana e pede calma

Do UOL Esporte
Em Belo Horizonte

Nesta temporada, o técnico Adilson Batista viu aumentar os questionamentos sobre sua permanência no comando do time celeste depois das eliminações nas semifinais do Campeonato Mineiro e, posteriormente, nas quartas de final da Copa Libertadores. Em constante pressão nas últimas semanas, o treinador citou Telê Santana em entrevista coletiva após a vitória do Cruzeiro sobre o Botafogo por 1 a 0, na noite de quarta-feira, para pedir um pouco mais de tranquilidade.

Segundo Adilson Batista, as cobranças sobre o comandante da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1982 e 1986 podem ser uma das causas para os problemas de saúde que acometeram Telê Santana, que se afastou do futebol ao sofrer uma isquemia cerebral em 1996. Mestre Telê, como ficou conhecido, faleceu em 21 de abril de 2006.

“Só para lembrar vocês do mestre Telê, foi campeão (brasileiro) em 1971 (com o Atlético-MG), depois em 1991, com o São Paulo. Vinte anos. Alguns de vocês (da imprensa) devem ter contribuído para ficar com doença, irritado, nervoso, porque ‘é pé frio, não bota ponta, é retranqueiro’. É assim que funciona o futebol”, disse o treinador do Cruzeiro.

Adilson Batista citou Telê Santana ao ser questionado se havia pensado em entregar o cargo após a eliminação na Copa Libertadores. O técnico cruzeirense disse que viu sua possível saída como um fator negativo para a sequência do Cruzeiro na temporada.

“Em Atibaia (onde o Cruzeiro esteve concentrado na última semana), falei que o intuito não era atrapalhar, e você saindo, tendo jogos quarta e domingo, seria prejudicial para o próprio clube. Com todas as dificuldades, olha o que a gente faz. Para alguns, é invenção. A gente conhece os jogadores”, afirmou.

“Não que eu me sentiria um covarde se abandonasse. Não preciso ficar provando nada para ninguém. A carreira da gente ao longo dos anos vai mostrar isso”, acrescentou.

O treinador cruzeirense ressaltou que nem todos os acontecimentos internos de um clube chegam ao público. “A gente que está no vestiário sabe que tem gente com dor, tem gente que brigou com a ou b. O futebol não é tão simples assim. Tem que ter um pouquinho de calma e, com tranquilidade, a gente vai trabalhar”, salientou.

A vitória sobre o Botafogo quebrou uma série de quatro jogos sem vitória do Cruzeiro. Invicto no Campeonato Brasileiro, com oito pontos somados em quatro partidas (duas vitórias e dois empates), a equipe assumiu a terceira colocação. O líder é o Corinthians, que soma dez pontos. A quarta rodada será encerrada nesta quinta-feira.

Adilson Batista afirmou que uma classificação para a Copa Libertadores pelo quarto ano consecutivo não o satisfará. “O importante é que vencemos o jogo. Se terminasse hoje, estaríamos na Libertadores, mas não ficaria contente. O objetivo é maior. Não que estejamos devendo a satisfação, porque o Cruzeiro tem dois títulos nesses 89 anos, em 1966 (Taça Brasil) e 2003. Temos de ter um pouquinho de calma”, observou.

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