20/08/2010 - 07h02

Equilíbrio no Pacaembu e pressão sobre técnicos movem Corinthians x SP

Carlos Padeiro e Luiza Oliveira

Em São Paulo

Corinthians x São Paulo é sempre um clássico de ingredientes apimentados. O de domingo não poderia ser diferente. A partida valerá a supremacia no Pacaembu e, mais que isso, colocará à prova a credibilidade dos técnicos. Adilson Batista e o interino Sérgio Baresi tentam superar a desconfiança para se firmarem na atual posição.

TÉCNICOS BUSCAM SE FIRMAR NO POSTO

Adilson Batista ainda não convenceu no comando alvinegro e tem a dura tarefa de substituir Mano
Iniciante na carreira de técnico, Baresi ainda tenta conquistar a confiança do torcedor do São Paulo

Pelo lado alvinegro, Adilson convive com a sombra de seu antecessor Mano Menezes, que deixou o clube consagrado após três títulos de expressão para assumir a seleção brasileira. O ex-cruzeirense, apesar do trabalho reconhecido em Minas Gerais, ainda tenta se firmar como um técnico de ponta e até agora realiza uma campanha regular, sendo uma vitória, um empate e uma derrota.

Já no clube tricolor, o interino Sérgio Baresi tem apenas 37 anos e assume pela primeira vez um time profissional da grandeza do São Paulo. Ele já conta com o respeito dos jogadores, mas existe uma desconfiança por parte da torcida. Nada melhor do que uma vitória em um duelo desse porte, que significaria o fim de um jejum de nove jogos sem bater o arquirrival, para ganhar tempo no cargo.

O centroavante Ricardo Oliveira elogiou o trabalho de Baresi. Em compensação, deixou claro que a reação no Nacional é a receita para a estabilidade do comandante provisório.

“Ele é mais uma prova de que o Brasil revela e forma grandes técnicos. Já percebemos que a proposta do cara é boa. Não preciso puxar saco de ninguém, já trabalhei com vários treinadores, mas ele é uma grata surpresa”, opinou o goleador de 30 anos.

“Se a gente ganhar o jogo, vão falar ‘é esse o time do São Paulo’, ‘o treinador é bom’... Mesmo se tivermos uma proposta agressiva no Pacaembu, não tem jeito, vai depender do resultado. Por isso, temos de ganhar para nossa torcida e para o nosso treinador”, completou Oliveira.

Além da ambição particular dos técnicos, a partida definirá quem é o melhor no estádio municipal. Isso porque embora o São Paulo não vença o Corinthians há 42 meses, o palco da partida confere equilíbrio ao clássico paulista. No Pacaembu, são 46 vitórias para cada lado e 34 empates.

É por todos esses ingredientes que o atacante corinthiano Iarley valoriza ainda mais o confronto e espera se destacar. “Clássicos envolvem o torcedor, o clube e têm de envolver o jogador também. Eu encaro como fundamental. Se você marca, fica com muito mais moral, ganha fama e cativa a torcida. Ainda estou vivendo do gol que fiz contra. Até hoje comentam na rua para você ver a dimensão”, disse, ao relembrar o triunfo por 4 a 3 no Paulista, quando cruzou a bola e o zagueiro Alex Silva marcou contra.