UOL Esporte Brasileirão - Série A
 
Ricardo Nogueira/Folhapress e EFE

Neymar tem protagonizado discussões em campo; Kleber já se acostumou às faltas

14/09/2010 - 16h01

Neymar vira 'Kleber do passado' e perde controle com excesso de faltas

Alexandre Sinato*
Em São Paulo

Neymar é um dos jogadores mais caçados em campo no Brasileirão. Virou alvo comum de faltas e a cada dia atrai mais a atenção dos marcadores. No entanto, a revolta e o chilique do jogador santista no último domingo chamaram a atenção. Exagerada ou não, a reação mostrou que a nova realidade incomoda, e muito, o jogador. Algo que também já mexeu com Kleber, do Palmeiras. O atacante alviverde, porém, aprendeu a se controlar.

Comparação no BR-2010

  Neymar Kleber
Faltas recebidas
4,3
5,6
Cartões amarelos
6
5
Cartões vermelhos
0
0
Dribles por jogo
6
3,8
Bolas perdidas por jogo
9,3
10,2

Após a derrota santista para o Ceará por 2 a 1, Neymar foi tirar satisfação com João Marcos, seu marcador ao longo do jogo. Ficou incomodado por ter sido chamado de “moleque”. Nas disputas durante a partida, o atacante santista chegou a pisar no pé do adversário, mostrando certo descontrole.

A cena lembrou reações desmedidas de Kleber, hoje um dos principais destaques do Palmeiras. Em 2008, também com a camisa alviverde, o atacante ficou marcado por ser um jogador cabeça quente e até violento.

Os números de Kleber na época levantados pelo Datafolha mostram uma postura destemperada. Ele terminou o Brasileirão de 2008 como recordista de cartões vermelhos (3), sexto jogador com mais amarelos (12), 16º mais faltoso (2,8 por jogo), além de ser o mais caçado do campeonato (5,7 faltas recebidas por partida).

Dois anos depois, mais maduro e calmo, Kleber tem números bem diferentes. O palmeirense ainda é o mais caçado do Brasileiro (5,6 faltas por jogo), mas aparece apenas como 28º mais faltoso (2,3), tem cinco amarelos e não foi expulso nenhuma vez, segundo o Datafolha.

“Meu maior problema é não aceitar a derrota. Eu quando perco hoje não brigo com ninguém, mas não consigo dormir”, revelou Kleber em recente entrevista ao UOL Esporte. “Antes os caras ficavam falando dentro de campo, ameaçando, e isso eu já não percebo mais. Acho que pelo meu estilo de jogo, de bastante contato, é normal sofrer falta.”

Segundo mais caçado do Brasileiro (média de 4,3 faltas recebidas), Neymar ainda tenta lidar com o excesso de faltas e as provocações dos marcadores, comuns no futebol. No último domingo, depois da discussão com João Marcos, ele desabafou no Twitter: “Chateado, estou cansado de tudo”, postou o atacante, para em seguida retrucar um comentário de seu ex-assessor de imprensa.

Dias antes, Neymar já havia abordado o assunto e chegou a citar Kleber como exemplo. “O que é mais fácil: dar porrada ou driblar? Não preciso nem falar. Todos os atacantes estão em campo para driblar, e não só eu, como o Kleber, o Valdivia, apanhamos muito. Eu driblo, dou chapéu, e o pessoal fica nervoso. Isso é normal. Não vou mudar.”

A diferença entre eles, porém, é que Kleber está acostumado à perseguição dos rivais. Neymar, de apenas 18 anos, ainda não.

*Colaborou João Henrique Marques

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