UOL Esporte Brasileirão - Série A
 
19/11/2010 - 18h24

Fabrício confirma que abandonou jogo com Corinthians por vontade própria

Gustavo Andrade
Em Belo Horizonte
  • Fabrício diz que saiu do jogo para não piorar a situação

    Fabrício diz que saiu do jogo para "não piorar a situação"

Na primeira entrevista depois de ter abandonado a partida contra o Corinthians, no sábado passado, o volante Fabrício esclareceu que a decisão de deixar o gramado partiu dele mesmo. Ao longo da semana, o jogador foi impedido de falar com a imprensa pela diretoria do Cruzeiro, que justificou a atitude como uma forma de evitar mais polêmica.

Na derrota para o Corinthians, por 1 a 0, Fabrício deixou o gramado propositalmente. O volante se retirou após o árbitro Sandro Meira Ricci assinalar pênalti do zagueiro cruzeirense Gil sobre o atacante corintiano Ronaldo. Ele acabou substituído por Wallyson, que entraria no lugar de Thiago Ribeiro.

“O que aconteceu foi que nem diretoria, nem comissão, ninguém sabia como eu me sentia ali dentro. Quando vi que tinha mais uma alteração, o menino já entrando, achei por bem eu sair e continuar o Thiago Ribeiro. Poderia ser pior continuar em campo depois do que aconteceu. Eu estava exaltado e a decisão foi acertada pelas circunstâncias do que aconteceu. A decisão fui eu que tomei, não foram os caras”, justificou o volante.

Fabrício justificou que a atitude de sair do campo propositalmente foi motivada pela série de erros da arbitragem contra o Cruzeiro. O volante chegou a dizer que o pênalti sobre Ronaldo é um lance discutível.

“Foi o contexto. Um pênalti não revolta ninguém daquela maneira. O pênalti é até discutível. Para nós não ia ser (marcado). Lá dentro, Pacaembu, pressão da torcida... Durante a partida, que me deixou chateado, falta invertida, falta que não é dada, os pesos diferentes. Não é só aquele lance em si”, observou.

Apesar de ter sido votado pelos jornalistas para participar das entrevistas coletivas, na Toca da Raposa II, na terça e na quarta-feira, Fabrício foi proibido pela diretoria de falar com a imprensa. O jogador explicou que demorou para conseguir lidar com a revolta contra a arbitragem.

“Foi uma decisão tomada aí, até porque essa revolta demorou alguns dias para baixar. Foi uma decisão da diretoria para não haver mais polêmica. Eles estão tomando as atitudes necessárias, e nós jogadores temos de vir trabalhar. Por isso, deu esse tempo para baixar a poeira”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de ser punido pela diretoria do Cruzeiro por ter abandonado o jogo contra o Corinthians, Fabrício não viu motivos para receber uma multa. “Não tem por que ter punição. Se eu tivesse saído e deixado os companheiros na mão, aí sim. Mas tinha mais uma substituição e achei melhor sair para não prejudicar o time, ser expulso. Do jeito que estava andando, a gente não ia ganhar nunca”, afirmou.

Apesar de ter recebido elogios de torcedores por ter abandonado o jogo de sábado passado, Fabrício não viu seu gesto como algo “bonito”. “Muita gente fala isso, deu moral. Mas não é uma coisa legal. O que é bonito é jogar bola. Mas às vezes não dá para ter sangue de barata e ser um robozinho”, ressaltou.

Ex-jogador do Corinthians, Fabrício não quis entrar na polêmica iniciada pelo meia Roger, que também foi campeão brasileiro no clube paulista em 2005. Após o jogo de sábado, o meia insinuou que o time alvinegro é favorecido pelas arbitragens.

“Erro tem acontecido para todo lado. Os vídeos estão aí, a gente entra no youtube, vê dossiês que fazem. Geralmente, as coisas tendem para paulistas e cariocas, mas não é de hoje, isso vem de muito tempo. É pela influência da torcida, e da mídia”, comentou.

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