Palmeiras x Atlético-PR opõe velhos conhecidos e vira 'jogo de xadrez'
Paula Almeida
Em São Paulo
04/06/2011 10h01
No futebol atual, é normal que em cada partida haja jogadores enfrentando um ex-time, atletas que já foram companheiros em outras equipes, treinador que já comandou o elenco rival. Mas no duelo deste sábado entre Palmeiras e Atlético-PR, o alto conhecimento entre os dois grupos é tão grande que deve transformar o confronto em um verdadeiro jogo de xadrez.
Tudo começa com o técnico Adilson Batista. Na tentativa de levar os paranaenses à primeira vitória no Campeonato Brasileiro 2011, o comandante terá a seu favor o fato de já ter treinado recentemente pelo menos três jogadores do time adversário. Nos tempos de Cruzeiro, o técnico tinha sob sua tutela os hoje palmeirenses Thiago Heleno, Kleber e Wellington Paulista. Por isso, os jogadores sabem que fazer alguma coisa diferente poderá ajudar na hora de ‘despistar’ o antigo chefe.
“Tenho muito respeito e carinho pelo Adílson, e se estou onde estou hoje é graças a ele. Agora é trabalhar, porque vai ser difícil, já que ele conhece todas as minhas características”, reconheceu Thiago.
Por ter voltado ao Palmeiras no ano passado após quase 10 anos de futebol europeu, o técnico Luiz Felipe Scolari treinou apenas um jogador que hoje está no Atlético-PR, Fabrício, mas o zagueiro, recém-chegado à Arena da Baixada, ainda é reserva. A Felipão, portanto, além de estudar o time rival, resta apenas aproveitar todo o conhecimento que tem sobre Adilson Batista.
O técnico palmeirense chegou a comandar o colega quando este ainda era jogador, no Grêmio, nos anos 1990. Depois, acompanhou a evolução do amigo como treinador e até o recebeu para uma espécie de estágio quando treinava o Chelsea. Hoje, não vê mais suas dicas como necessárias a Adílson e o defende das críticas recebidas pelas apagadas passagens no Corinthians e no Santos.
“O Adílson já é um treinador consagrado, que pode ter um ou outro problema num ano, mas é um dos grandes nomes do futebol brasileiro, que vai estar em evidência por muitos anos. Porque quando jogador, ele já era um treinador dentro de campo. É estudioso, é um treinador que não precisa de dica de ninguém, que tem grande qualidade”, exaltou Felipão.
Para tentar surpreender aquele que é um de seus mentores, o técnico Adilson Batista fez questão de manter mistério sobre qual será a escalação de sua equipe no sábado. Guerrón não poderá jogar, pois está com dores no joelho. Assim, a formação do ataque sofrerá alterações, podendo até ocasionar mudanças no meio-campo.
“Pode ser o Nieto com o Madson, pode ser o Héverton. Podem ser três meias e só o Nieto [no ataque]. Deixa meu amigo Luiz Felipe Scolari pensando um pouquinho”, disse o treinador.