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São Paulo se reconstrói pós Copa do Brasil e tira lições como líder do Brasileirão

Enxerto de volantes no time e fim da era Alex Silva reanimaram o São Paulo - Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Enxerto de volantes no time e fim da era Alex Silva reanimaram o São Paulo Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem

Bruno Thadeu

Em São Paulo

18/06/2011 07h00

A liderança isolada no Brasileirão tem várias explicações no Morumbi. A eliminação diante do Avaí na Copa do Brasil e o tsunami de críticas pós queda têm relação direta com a campanha perfeita no Nacional. Paulo César Carpegiani avaliou que foi preciso estancar a ferida, listando erros cometidos na Copa do Brasil.

O fim da era Alex Silva, a ascensão de jovens da base e a adoção de um esquema de jogo defensivo para o Brasileirão foram os remédios encontrados pelo treinador para reverter a situação.

A primeira ação emergencial foi “trancar” a defesa. Receita: quatro volantes e controle de avanços dos laterais. A estratégia deu certo. O São Paulo usou quatro volantes nos dois jogos fora de casa, derrotando Fluminense e Atlético-MG.

“Coloquei uma escalação com quatro volantes para a estreia no Brasileiro [Fluminense]. Eu precisava trancar. O time necessitava de segurança, ter a posse de bola. Queria um time seguro. Aí nós conseguimos encontrar o meio funcionando. Aí o time começou a jogar muito bem. Precisávamos dar um basta. Por isso a decisão por esses volantes. Ganhamos e convencemos”, destacou Carpegiani.

Para o jogo contra o Ceará, domingo, às 16h, em Fortaleza, o São Paulo está mais seguro e tranquilo em campo. “Isso nos permite jogar melhor. Estamos melhor. Estou satisfeito”. 

AS LIÇÕES TIRADAS POR CARPEGIANI APÓS O TRAUMA NA COPA DO BRASIL

MARCAÇÃO INEXISTIA NO MEIO-CAMPO

Carpegiani entendeu que o São Paulo ficou extremamente exposto na Copa do Brasil, pois o meio-campo pouco marcava. Carlinhos e Casemiro não são marcadores natos. Foi preciso trancar o time no Brasileirão, diz o técnico. O clube estreou no Nacional com 4 volantes. Wellington (foto) virou a principal referência no setor. Rodrigo Souto voltou a ter chance, reaparecendo entre os titulares
FIM DA PACIÊNCIA COM ALEX SILVA

A eliminação diante do Avaí e as declarações de Alex Silva após o jogo foram o bastante para Carpegiani. Diretoria e treinador haviam tolerado ausências do zagueiro a treinos e erros de posicionamento em campo. A situação do atleta se tornou insustentável..
MAIS JOVENS E MENOS MEDALHÕES

São Paulo e Carpegiani, em sintonia, intensificaram a ascensão de jovens atletas. Luiz Eduardo e Wellington, por exemplo, se tornaram titulares. Em contrapartida, os badalados Rivaldo e Miranda perderam força no elenco tricolor depois da eliminação na Copa do Brasil
CASEMIRO: MAIS MEIA DO QUE VOLANTE

No atual esquema do São Paulo, não há um meia típico camisa 10. Casemiro passou a ser a alternativa para criação na meia. O camisa 8 está tendo mais liberdade para avançar ao ataque no Brasileirão, menos pressionado a fazer a marcação. Ele foi decisivo nas vitórias contra o Flu, Atlético-MG e Grêmio, marcando dois gols
LATERAIS VOLTARAM A SER LATERAIS

Carpegiani conta que um dos principais trunfos para a chegada ao topo do Brasileirão foi reajustar o posicionamento de Jean e Juan. Os laterais eram praticamente alas, diz o técnico, deixando a defesa mais exposta. Os dois estão tendo mais resultados defensivamente no Brasileirão, conclui o treinador