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De vilão a artilheiro, Luan cala torcida e vira alvo até de assédio feminino

Luiza Oliveira

Em São Paulo

20/06/2011 07h03

O clichê ‘volta por cima’ cai muito bem para Luan. Em pouco mais de uma semana, ele viveu os momentos mais intensos para um jogador de futebol. Foi duramente criticado e chegou até a ser agredido verbalmente por torcedores. Agora, comemora a artilharia do Brasileirão, tem seu nome gritado no estádio e até virou alvo do assédio feminino.

MOMENTOS CONTRASTANTES DE LUAN

  • UOL

    Autor de dois gols, Luan foi o destaque contra o Avaí que lhe rendeu a artilharia do Brasileirão

  • WESLEY SANTOS/AE/AE

    Marcos Assunção discute com torcedor ao defender Luan no desembarque em Porto Alegre

Luan chegou ao auge na goleada por 5 a 0 sobre o Avaí, no Canindé, neste fim de semana. O atacante foi o destaque da partida ao fazer dois gols e desempenhar papel importante na marcação. A atuação fez a torcida ‘pagar a língua’ e cantar seu nome.

O bom momento também o faz desfrutar da fama de galã. No fim do jogo várias meninas se aglomeravam na porta do estádio na tentativa de ganhar um autógrafo e tirar fotos com o novo ídolo. Perguntadas com quem queriam falar, as jovens Talita e Carol não titubearam e soltaram gritos de “Luan, Luan” flagrados pela rádio Estadão/ESPN.

“Fico contente em ter o carinho do torcedor”, resumiu em poucas palavras o tímido atleta, da mesma forma como lidava com as constantes cobranças da torcida. “Me apeguei à família. Uma hora ou outra iam passar as críticas”, disse.

Não deve ter sido fácil. Apesar de ser peça importante no esquema tático de Felipão, o atacante passou quase dois meses sem marcar e ficou conhecido por perder muitos gols. O que mais irritou a torcida foram as falhas na semifinal do Paulista contra o Corinthians.

Desde então, as hostilidades passaram a ser exageradas. No último treino antes do duelo contra o Internacional, Luan foi xingado e intimidado por torcedores dentro da Academia de Futebol. No desembarque em Porto Alegre a pressão foi ainda pior. Nas duas situações, o volante Marcos Assunção chegou a intervir para defender o companheiro e bateu boca com os integrantes da torcida organizada Mancha Verde.

Sem entrar em polêmica, Luan preferiu dar a resposta em campo. Já é o artilheiro do Brasileirão com quatro gols ao lado do vascaíno Bernardo. Marcou em três das cinco partidas disputadas, mesmo caçado em campo, já que é o 14º jogador que mais recebeu faltas com média de 3,2 por jogo.

Agradecido, o jogador elegeu um responsável por sua mudança: Luiz Felipe Scolari. O atleta ressaltou como sua forma de jogar mudou em relação ao São Caetano pelos ensinamentos que recebeu de quem tinha mais experiência. Como resposta, o comandante fez vários elogios ao pupilo e destacou sua capacidade de aprendizado.

“O Luan do São Caetano fazia mais gols que no Palmeiras. Ele jogava muito mais na frente sem se preocupar em compor uma situação defensiva. Ele aprendeu e é um grande mérito, aprendeu a se doar, e vem mostrando capacidade de chegar à frente. Esse é o grande mérito nesses últimos jogos. Neste Brasileiro ele vem aproveitando mais chances de gols”, finalizou.