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Sem saber como agir com Felipão, STJD analisa o caso; Palmeiras demonstra tranquilidade

Felipão deixou procurador sem saber o que fazer depois de ir ao vestiário da equipe - Fabio Braga/Folhapress
Felipão deixou procurador sem saber o que fazer depois de ir ao vestiário da equipe Imagem: Fabio Braga/Folhapress

Fernando Faro

Em São Paulo

01/09/2011 11h41

A ida de Felipão ao vestiário do Palmeiras no jogo contra o Botafogo deixou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sem saber o que fazer. O treinador cumpria suspensão e logo apareceram os questionamentos se ele poderia estar no local ou não.

Como o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) não tem um ponto específico que proíba o técnico de entrar no vestiário quando ele é enquadrado no artigo 171 – que estabelece a pena por jogos, caso de Scolari – o órgão ainda estuda como proceder no caso.

De acordo com o procurador Paulo Schmitt, o STJD já vinha observando o caso desde o último domingo, quando o treinador repetiu o gesto e foi ao vestiário no intervalo do clássico contra o Corinthians. Mas a dúvida é tamanha que nem ele arrisca dizer se Felipão infringiu ou não a lei.

“Não temos posição. Não tem nenhuma regra proibindo, estamos vendo o que fazer. Se fosse uma punição por prazo, teria aquela interpretação de que ele é proibido de acessar qualquer recinto, mas como trata-se de uma suspensão por jogos, não há uma regra que traga isso com todas as letras”, admitiu.

“Vamos estudar o CBJD. Se o jogador que está suspenso por jogos pode ir ao vestiário, o treinador também pode. É isso que estamos analisando”, emendou.

O QUE DIZ O CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA

Expulso contra o Atlético-MG, Felipão foi condenado no artigo 258 do CBJD, que prevê suspensão de uma a seis partidas por “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas regras”. De acordo com o artigo 171, "a suspensão por partida será cumprida na mesma competição, torneio ou campeonato em que se verificou a infração". Falta de objetividade é que gerou a confusão.

O Palmeiras mostra tranquilidade com o caso e não teme nenhuma punição ao treinador. O advogado do clube, André Sica, sustenta que o alviverde está amparado pela legislação.

“O que o Código diz é que ele não pode participar do jogo. O STJD tem que denunciar com base em normas e leis e não temos nenhum receio. É claro que jogador pode entrar no vestiário quando está suspenso, vários vão visitar o grupo quando não podem jogar”, salientou.

Sica também aproveitou para criticar a falta de informação com o caso e elogiou o procurador.

“O Paulo é um tremendo procurador, o Palmeiras não tem nada contra ele. Ele só está respondendo aos questionamentos da imprensa. Isso é uma polêmica que não existe, quem falou sobre isso é uma pessoa ou muito mal informada o mal intencionada”, concluiu.