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Palmeiras junta cacos para sair de crise sem ídolo, técnico e principal arma

Kleber protagonizou uma briga feia com Felipão e acabou afastado do Palmeiras  - Almeida Rocha/Folhapress e Junior Lago/UOL
Kleber protagonizou uma briga feia com Felipão e acabou afastado do Palmeiras Imagem: Almeida Rocha/Folhapress e Junior Lago/UOL

Luiza Oliveira

Em São Paulo

13/10/2011 07h02

Brigas entre dirigentes e jogadores, discussões acaloradas, desrespeito, técnico irritado e um empate por 1 a 1. O cenário não é novidade no Palmeiras e praticamente vem se tornando uma rotina. Mais uma vez, a equipe terá que juntar os cacos para resolver uma crise, a mais grave do ano, mas não contará com seus principais alicerces: um ídolo, o técnico e a principal arma.

Dessa vez, o desafio para se reerguer promete ser mais árduo. A briga entre o vice de futebol Roberto Frizzo, Kleber e o técnico Luiz Felipe Scolari causou o afastamento do atacante e envolveu todos os jogadores que apoiaram o colega e desacataram uma ordem do dirigente. A missão não será resolver um problema à parte, mas sim fazer um trabalho com todo o grupo para encontrar novo foco e acabar de vez com as desavenças.

A equipe deu boas mostras de superação no duelo contra o Flamengo, quarta-feira, no Engenhão, ao conseguir um empate por 1 a 1. Resta saber como vai se comportar no próximo domingo contra o Fluminense, no Canindé.

Algumas perdas serão irreparáveis. Ídolo da torcida, Kleber deixará o grupo em definitivo ao ser afastado por Felipão. O maior protagonista de polêmicas na temporada chegou ao limite ao se descontrolar e liderar um motim para que os jogadores se rebelassem contra a diretoria por causa da agressão a João Vitor. Nem o status de craque, a proteção da torcida e os mimos da diretoria salvaram o Gladiador. O time terá que se virar sem seu ‘maior craque’ daqui para a frente.

O atacante já não rendia como nos velhos tempos. Amarga um jejum de quase quatro meses sem marcar um gol sequer pelo Brasileirão e o retrospecto recente não indica que fará muita falta. A maior dificuldade concreta será encontrar alternativas para suprir a ausência de sua maior arma ofensiva no ano: Marcos Assunção.

O volante é líder disparado em assistências com 15 na temporada, além de ser um dos principais goleadores com oito tentos. Mas desfalcará o time contra o Fluminense, depois de sofrer uma luxação no ombro direito e ser substituído no decorrer da partida contra o Flamengo.

Nem quem mais tem a função de acalmar os ânimos estará presente. O técnico Luiz Felipe Scolari deixará seus pupilos na mão no meio de uma crise por um motivo inusitado. O treinador pediu liberação para acompanhar o casamento de seu filho mais velho, em Portugal, e chegou a sugerir que os dias ausentes fossem descontados de seu salário.

De acordo com a assessoria de imprensa do Palmeiras, a viagem estava agendada desde o mês de fevereiro e nada tem a ver com a briga com Kleber e os problemas extracampo do clube. O auxiliar Flávio Murtosa vai comandar o time do banco de reserva contra os cariocas.