Felipão completa 350 jogos pelo Palmeiras com problemas e poucos motivos para comemorar
Luiza Oliveira
Em São Paulo
22/10/2011 06h00
Luiz Felipe Scolari nunca fez um gol de título do Palmeiras, nem defendeu pênalti decisivo, mas é um dos maiores ídolos da história do clube. Neste sábado, contra o Figueirense, no Canindé, ele completa 350 jogos no comando do time. Mas o técnico não tem muitos motivos para comemorar na data festiva e soma vários problemas para resolver.
A segunda passagem pelo Palmeiras tem sido bem diferente da primeira, marcada por títulos, principalmente a Libertadores de 1999, e vitórias inesquecíveis. Desde julho do ano passado, Felipão se dedica a tentar solucionar crises, problemas e os maus resultados.
Recentemente, ele pediu o afastamento de Kleber, antigo xodó da torcida, por insubordinação. Agora, mantém o pulso firme, mas convive com a falta de decisão da diretoria que teme que o Gladiador acione a Justiça e prejudique o clube.
O treinador também tem problemas políticos. Passou boa parte do ano na incansável busca pelos ‘dedos-duros’ e travou verdadeira queda de braço com o vice de futebol Roberto Frizzo por dinheiro, poder e ideias divergentes. Ainda tentou, sem sucesso, o afastamento do gerente Sérgio do Prado, assim como o aumento dos poderes de seu supervisor Galeano.
OS NÚMEROS DE FELIPÃO NO PALMEIRAS
2011 | 57 jogos: 27 V, 21 E, 9 D |
2010 | 38 jogos: 14 V, 12 E, 12 D |
2000 | 46 jogos: 23 V, 12 E, 11 D |
1999 | 87 jogos: 41 V, 21 E, 25 D |
1998 | 78 jogos: 44 V, 15 E, 19 D |
1997 | 43 jogos: 19 V, 16 E, 8 E |
Não bastassem os problemas nos bastidores, a má fase em campo assola a equipe desde o ano passado. Em 2010, o time não conseguiu vaga na Libertadores e a Copa Sul-Americana escapou entre os dedos na semifinal. Este ano, a situação é mais crítica. Depois de perder a semifinal do Paulistão para o Corinthians, o time foi humilhado pelo Coritiba na Copa do Brasil ao sofrer 6 a 0 fora de casa, e derrotado logo na estreia da Sul-Americana pelo Vasco.
O Brasileirão apareceu como salvação. A equipe até se superou no início, mas sucumbiu à limitação do grupo e se esforça por um papel honroso na reta final. Felipão sofre com a falta de peças de qualidades e reconhece sua grande parcela de culpa. Ele foi o responsável pela contratação de atletas que não vingaram, como Max, Wellington Paulista, Paulo Henrique, Gerley, João Vitor, Pedro Carmona, Ricardo Bueno e Fernandão.
“Tínhamos um planejamento, seguimos e entendíamos que com jogadores mais novos teríamos boas possibilidades de chegar ao grupo dos principais times. Não estamos fazendo isso. A culpa principal é minha. Fiz escolhas que não estão correspondendo 100%. Quem sabe venham a deslanchar”, disse.