Lúcio nega mágoas do Grêmio e revive posicionamento ofensivo de 2007 no Náutico

O lateral esquerdo Lúcio viveu grandes momentos no Grêmio. Seja em sua primeira passagem, em 2007, ou entre 2010 e 2011 sob comando de Renato Gaúcho. No entanto, sua última imagem em Porto Alegre foi o afastamento do elenco principal, que culminou na rescisão de contrato no início deste ano. Revivendo o posicionamento do passado, agora no Náutico, ele enfrenta o time tricolor neste domingo e diz não guardar mágoas.

"Na minha vida, aprendi desde cedo a não guardar mágoa de nada nem de ninguém. Mas é lógico que não saí do Olímpico da maneira que gostaria. Ainda bem que sempre confiei na minha capacidade, tive convicção na minha carreira e contei com uma família sólida que nunca me deixou ter dúvida. Estou mostrando no Náutico que tenho condições de jogar em alto nível", disse Lúcio em entrevista ao UOL Esporte.

Lúcio voltou do Hertha Berlim - para sua segunda passagem pelo Grêmio - em 2009. Mas no início do ano seguinte teve uma grave lesão no joelho. Aos poucos retornou e atingiu o ápice no segundo semestre da temporada, quando virou meia sob comando de Renato Gaúcho. Titular absoluto do time, considerado responsável pela boa movimentação do meio campo, ele terminou o ano em alta e renovou contrato com o clube.

No entanto, 2011 não foi o esperado. Lúcio sofreu uma série de lesões musculares, Renato acabou demitido e o Grêmio passou por maus momentos. Entre uma troca e outra de comando, o jogador acabou afastado dos planos. Neste ano ele sequer esteve no grupo principal e acabou rescindindo contrato. No entanto, a saída turbulenta não abala o sentimento ao Grêmio.

"Tenho um sentimento especial sim. Vivi momentos importantes no clube e Porto Alegre está muito marcada na minha vida. Meu segundo filho acabou de nascer lá, minha família ama a cidade. Me envolvi bastante. Sou assim, intenso com o que gosto. Sempre vou lembrar do Grêmio com muito carinho", afirmou.

"Enfrentar o Grêmio pela primeira vez está gerando um sentimento diferente, pelo que passei em Porto Alegre e pelo que representou na minha carreira em termos de projeção internacional. Além disso criei uma identificação muito legal com a torcida. Tinha faixa na Geral, depois eles fizeram homenagem quando eu estava de saída. Mas quando a bola rola, você deixa tudo isso no baú do coração e vai em busca do resultado. Vamos jogar na nossa casa, onde estamos fazendo uma campanha interessante. Sabemos que precisamos melhorar e isso passa também pelo jogo contra o Grêmio", acrescentou.

Não foi somente Lúcio o "culpado" pelo insucesso do ano passado. Entre os laterais esquerdos, nenhum sobrou. Gilson foi mandado para o Cruzeiro e Bruno Collaço hoje defende o Goiás.

"Acho que é uma coincidência mesmo. Pelo lado direito, jogaram Mário, Gabriel, Edílson, depois contrataram o Pará. Se for ver, também são mudanças. Já passei por grandes equipes aqui no Brasil e sei que administrar um clube não é tarefa fácil, é preciso convicção, linha de conduta, planejamento. Quando você consegue ter tudo isso, as chances de acertar aumentam", explicou Lúcio.

No Náutico, Alexandre Gallo tenta com o jogador o posicionamento de sucesso de 2007. O comandante de campo o utiliza apoiando constantemente, como fazia  no Grêmio ao lado de Carlos Eduardo.

"Perfeito. É isso mesmo. Gallo [Alexandre, o técnico] está me dando liberdade para chegar na frente. Ele disse para eu não descuidar da defesa e para aproveitar a experiência e a condição física para também ajudar o pessoal lá na frente. Venho fazendo isso, buscando melhorar a cada jogo. Consegui marcar um gol contra o Botafogo. Estou contente com o desempenho", finalizou.

Grêmio e Náutico jogam neste domingo, no estádio dos Aflitos pela quinta rodada do Brasileirão, às 18h30. O time tricolor vem de três vitórias seguidas no torneio, enquanto o Náutico venceu na última rodada o Botafogo.