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Desafios individuais fortalecem Cruzeiro e ajudam a explicar liderança invicta do Brasileirão

W. Paulista é um dos atletas do Cruzeiro que coloca metas pessoais a favor do coletivo - Washington Alves/Vipcomm
W. Paulista é um dos atletas do Cruzeiro que coloca metas pessoais a favor do coletivo Imagem: Washington Alves/Vipcomm

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

29/06/2012 06h00

Apesar de o futebol ser um esporte coletivo, ele proporciona aos seus praticantes a conquista de objetivos pessoais, construídos ao longo da carreira ou que vem desde a infância. No Cruzeiro, não é diferente. Líder do Brasileiro, com 14 pontos, o time celeste reúne pessoas que tentam se firmar como profissionais realmente “de ponta” no futebol nacional, mostrar que não caíram de rendimento ou provar que ainda podem ser úteis, apesar da idade.

O primeiro exemplo é o do próprio treinador da equipe: Celso Roth, contratado como substituto de Vágner Mancini e que não foi a primeira opção da diretoria do Cruzeiro. Adilson Batista e Levir Culpi foram tentados, antes de se recorrer ao experiente treinador, que apesar de já ter conquistado o título da Libertadores com o Internacional, é ainda visto com restrições.

  • Washington Alves/Vipcomm

    Celso Roth, que ainda não perdeu sob o comando do Cruzeiro, enfrenta fama de retranqueiro

Com fama de “retranqueiro” e de não conseguir levar seus times à briga por títulos nacionais até o final, o treinador tenta mostrar que não é capaz apenas de montar equipes competitivas, mas também vencedoras. Dessa forma, a equipe celeste oferece a Celso Roth a oportunidade de comprovar que seu trabalho não tem ‘data de validade’.

 “Pela história do Cruzeiro, o objetivo sempre é o título. E o meu também é esse. Agora, está muito cedo para falar nisso. Vamos jogo a jogo conseguindo nossos objetivos, para depois pensar em conquistar título”, comentou o treinador, que defende sua estratégia de montar times equilibrados.

Artilheiro do Cruzeiro na temporada, com 18 gols em jogos oficiais, Wellington Paulista está em boa fase na Toca da Raposa, mas continua convivendo com a desconfiança e até com vaias de alguns torcedores. O atacante afirma que está aprendendo a assimilar as críticas e revela um sonho para o Brasileiro, no qual já marcou quatro gols.

“Olha, não sei o porquê destas vaias, mas acho que é a minoria. Comecei o ano bem, fazendo muitos gols. Agora, é buscar título do Cruzeiro. Também buscar a artilharia do Brasileiro, que nunca consegui”, disse o camisa 9, artilheiro do Mineiro com 11 gols e um dos cinco artilheiros do campeonato nacional.

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    ?Vovô do futebol?, como se define, Souza admite que o grande desafio é mostrar futebol na sua idade

No Brasileiro de 2011, Wellington Paulista deixou o Cruzeiro para defender o Palmeiras, mas não se entendeu com Felipão e voltou ao Toca da Raposa II, mas encontrou o Cruzeiro na luta contra o rebaixamento e como a maioria dos companheiros também não esteve bem. Na atual temporada, a situação é diferente, já que o clube celeste surpreende e lidera o Brasileirão, de forma invicta, com 14 pontos.

Como Wellington Paulista, o lateral Diego Renan também tenta superar as críticas dos torcedores e também da diretoria do clube, que continua buscando jogadores para a posição. O jogador já afirmou que se incomoda com as críticas, mas garante ter se acostumado com elas.

Para o argentino Montillo, o momento é de mostrar que não ficou frustrado por não ter sido negociado no começo do ano, para Corinthians ou São Paulo. No começo do ano, o jogador chegou a dizer que estaria disposto a sair do clube, se o negócio fosse bom para as duas partes. Porém, a diretoria do Cruzeiro ofereceu um aumento salarial ao armador e a extensão do contrato, que agora tem vínculo até 2015.   

Já para o volante Tinga e o armador Souza, contratados pelo Cruzeiro no meio da temporada, o desafio é outro. Ambos com 34 anos e com títulos importantes na carreira, como a Libertadores, os jogadores vieram para a equipe celeste com o desafio de conquistar novos títulos e mostrar que ainda podem contribuir.

“Esse foi o grande desafio em vir para o Cruzeiro, que é um time grande e que ganha títulos. Mostrar que apesar da minha idade, já que sou um vovô do futebol, posso contribuir para a equipe, com o técnico Celso Roth. Estou buscando meu espaço”, comentou o armador Souza, contratado em maio pelo clube celeste.