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Árbitro revela, em súmula, ter sido chamado de "ladrão" por dirigentes celestes

Clássico mineiro foi marcado por tumultos e reclamações contra árbitro Nielson Dias - Bruno Cantini/Site oficial Atlético-MG
Clássico mineiro foi marcado por tumultos e reclamações contra árbitro Nielson Dias Imagem: Bruno Cantini/Site oficial Atlético-MG

Do UOL, em Belo Horizonte

27/08/2012 15h20

O árbitro Nielson Nogueira Dias, que apitou o empate entre Cruzeiro e Atlético-MG, em 2 a 2, domingo, no Independência, relatou na súmula do jogo, divulgada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a invasão de campo e as ofensas por dirigentes do mandante e o arremesso de objetos ao gramado por torcedores do mesmo clube, no início do segundo tempo. Ele relata ter sido chamado de "ladrão" por dois diretores cruzeirenses, Valdir Barbosa e Guilherme Mendes, e classifica como "péssimo" o comportamento da torcida do Cruzeiro, única no estádio.

“Ao término do primeiro tempo da partida, o senhor Alexandre Mattos, diretor de futebol do Cruzeiro Esporte Clube invadiu o gramado e dirigiu-se na presença da equipe de arbitragem que se encontrava no círculo central, proferindo as seguintes palavras: você só deu cartão amarelo pra nós, quatro minutos de acréscimo foi muito”, relatou.

Segundo o árbitro, em outro trecho da súmula, quando a equipe de arbitragem se dirigia ao vestiário, no intervalo, no corredor de acesso, houve outra ocorrência. “Fui abordado pelos senhores Valdir Barbosa e Guilherme Mendes, ambos diretores do Cruzeiro, os quais em tom elevado de voz, com extrema agressividade verbal, proferiram as seguintes palavras: você um ladrão, já roubou a gente em Uberlândia e está roubando novamente”, disse. De acordo com o relato do árbitro, os dirigentes celestes foram contidos pela Polícia Militar.

Em relação a objetos atirados por torcedores do Cruzeiro, o árbitro Nielson Nogueira Dias fez o seguinte relato: “Aos 6 min do segundo tempo, com a bola fora de jogo, após marcação de falta a favor do Atlético Mineiro, próximo ao banco de reservas do mesmo, foram arremessados ao campo de jogo vários copos cheios de água e uma lata de uma buzina a gás, todos oriundos da torcida do Cruzeiro”.

Nielson Dias relata ainda que ele foi atingido no braço esquerdo por um copo de plástico cheio de água. “Após seis minutos de paralisação a partida foi reiniciada com a garantia da Polícia Militar”, relatou. “Aos 16 min do segundo tempo foram arremessados pela torcida do Cruzeiro um celular Sansung na cor amarela e preta, sem chip, uma bateria de celular da marca Micromax, na cor preta e uma carcaça de relógio de pulso na cor preta e pulseira preta de borracha”, acrescentou.

O árbitro pernambucano informou que todos os objetos foram anexados e entregues ao delegado da partida. Mais à frente em seu relatório, ele acrescenta que foi arremessada também uma camisa de gola pólo azul, com listras amarelas e verdes, com o símbolo do Cruzeiro, “oriunda da torcida da referida equipe”.

Em sua avaliação geral das condições do Estádio Independência, o árbitro considera que o comportamento da “torcida única no estádio (Cruzeiro)” foi péssimo. Nielson Dias, que relatou as três expulsões, avaliou ainda como “regular” a atuação do policiamento.