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Luxa 'blinda' elenco e grupo político tenta adiar eleições para evitar queda do Grêmio

Elenco do Grêmio se une para evitar interferência de eleições do clube no futebol - Wesley Santos/Pressdigital
Elenco do Grêmio se une para evitar interferência de eleições do clube no futebol Imagem: Wesley Santos/Pressdigital

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

30/08/2012 09h35

Após mais uma vitória pelo Campeonato Brasileiro, desta vez diante do Vasco, no Olímpico, por 2 a 0, o Grêmio revive o ano de 2008. Disputando as primeiras posições do certame nacional, o clube gaúcho vê se aproximar uma eleição para presidente. Temendo a influência de política no futebol, Vanderlei Luxemburgo tenta 'blindar' o elenco. Enquanto isso, os grupos políticos se unem para pedir adiamento do pleito.



Inicialmente a eleição gremista ocorre, em primeiro turno [restrito a Conselheiros], no dia 25 de setembro. Caso dois candidatos superem 20% dos votos no Conselho Deliberativo, os associados elegerão o novo mandatário do clube através de votação em 20 de outubro.

A eleição que se avizinha poderá impor duelo entre Paulo Odone e Fábio Koff. Apesar de nenhum ter, antecipadamente, admitido candidatura. Dividido politicamente, o clube tenta evitar que isso se reflita no futebol, e atrapalhe o bom rendimento do time no Brasileirão.

"Minha parte é isolar o jogador disso. Eles têm é que jogar bola. Essas coisas não nos interessam. Já me posicionei outras vezes, em outros clubes, mas agora quero é isolar os jogadores desta parte política. E ainda, os candidatos que saírem precisam ter esta sensibilidade de proteger o elenco. Cabe a eles gostarem do Grêmio e evitarem que a disputa chegue ao vestiário. Quero que a concorrência seja honesta, mas que fique longe do futebol", pediu o técnico Vanderlei Luxemburgo.

Não foi o que aconteceu em 2008. Na época, o Grêmio liderava o Brasileirão quando o processo eleitoral teve início. A gestão que comandava o clube foi derrotada e deu início ao período de transição durante a disputa do Brasileiro. Por coincidência ou não, o rendimento caiu, o São Paulo passou e o time gaúcho acabou em segundo.

"Não quero falar sobre isso, não me interessa. Qualquer coisa que eu faça ou fale pode ser usada de uma maneira que não é legal. Cabe a mim proteger o elenco. Isso cabe a quem vai concorrer também. O resto não me interessa mesmo. Não quero me envolver nisso", acrescentou o treinador gremista.

Para evitar tamanha turbulência interna, o Movimento Grêmio Independente tenta unir os demais grupos políticos do clube para pedir adiamento das eleições. Segundo o movimento, o momento é de união pelo clube e não de disputa eleitoral. Uma série de assinaturas já foram unidas e serão apresentadas ao Conselho Deliberativo nesta quinta-feira.

Alheio ao momento político, o Grêmio volta a treinar nesta quinta. O próximo compromisso pelo Brasileirão será no sábado, diante do Palmeiras, fora de casa. O jogo da 21ª rodada está marcado para as 18h30.