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Presidente do Cruzeiro não teme 'punição severa' e minimiza 'pressão' do rival sobre STJD

Cruzeiro pode perder até dez jogos de mando de campo por incidentes no clássico - Washington Alves/VIPCOMM
Cruzeiro pode perder até dez jogos de mando de campo por incidentes no clássico Imagem: Washington Alves/VIPCOMM

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

01/09/2012 11h35

Com julgamento marcado para a próxima quarta-feira, em que corre o risco de perder mando de campo de até dez jogos do Campeonato Brasileiro, por causa dos incidentes no clássico com Atlético-MG do último dia 26, o Cruzeiro não teme receber punição severa nem crê que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgará sob pressão do arquirrival.

CLÁSSICO POLÊMICO AINDA REPERCUTE

  • Gabriel Duarte/UOL Esporte

    Gilvan Tavares diz que o STJD não vai interpretar lances que causaram raiva no torcedor atleticano

“Não tenho nenhum receio que vai haver pressão sobre o Cruzeiro, que o Cruzeiro pode levar punição muito severa porque a imprensa divulgou demais o fato”, observou o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, que é advogado e defendeu o Cruzeiro, em processos na área desportiva, nos últimos anos antes de assumir a presidência.

Segundo o dirigente, a arbitragem do pernambucano Nielson Nogueira Dias não agradou as duas equipe no empate em 2 a 2. “Na realidade nós tivemos no clássico Cruzeiro e Atlético uma arbitragem que foi muito mal escalada pela Comissão de Arbitragem, porque o árbitro se houve muito mal. Ninguém saiu satisfeito com a arbitragem dele”, afirmou.

Nessa sexta-feira, o STJD acatou denúncia da Procuradoria, que indiciou o Cruzeiro pelos objetos atirados pela torcida ao gramado do Independência durante o clássico. O clube celeste foi incurso no artigo 213 do Código Brasileira de Justiças Desportiva (CBJD), que trata sobre lançamento de objetos e invasão de campo. A pena prevista é de perda de mando de campo de uma a dez partidas, além de multa que varia de R$ 100 e 100 mil.

Além de acatar denúncia contra três dirigentes por invasão de campo e ofensa ao árbitro, o STJD confirmou que o meia Montillo foi indiciado por “jogada violenta” e está incurso no artigo 254, cuja pena pode chegar a seis jogos de suspensão.

Denunciado, Montillo vê decisão absurda e ironiza

Denunciado por "jogada violenta" em lance no clássico mineiro que o árbitro não marcou falta e o Cruzeiro empatou o jogo com o Atlético-MG, o meia Montillo chamou de "absurda" a denúncia ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

A Procuradoria entendeu que Montillo deveria ter sido expulso por causa de uma entrada no atacante atleticano Guilherme no final do clássico, que o árbitro não assinalou falta e o Cruzeiro empatou a partida. Nielson Nogueira Dias também foi indiciado e está incurso em dois artigos, cuja pena máxima é de 180 dias de suspensão.

Gilvan Tavares descarta punição a Montillo, que considerou absurda a decisão em entrevista coletiva na sexta-feira. “A recomendação da Fifa, e a interpretação do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, é no sentido de que o Tribunal não pode fazer as vezes de árbitro, não pode mudar o resultado de uma partida”, ressaltou.

“Isso é tentativa que não vai surtir efeito porque o Tribunal não age dessa forma. O Tribunal não vai fazer as vezes de árbitro e não vai ficar interpretando lances que causaram raiva, que causaram esse desconforto no torcedor atleticano, que até hoje eles estão sentindo os efeitos daquele 6 a 1 e os efeitos de uma partida, no domingo passado, que eles achavam que já era uma vitória tranquila”, acrescentou o presidente celeste.

O dirigente referiu-se à goleada de 6 a 1 sobre o Atlético na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, mas descartou a possibilidade de o STJD entrar na pressão do Atlético. “Tribunal de Justiça não vai nesse sentimento de outras pessoas que às vezes guardam esse tipo de rancor e querem tirar uma desforra do Cruzeiro. O Cruzeiro não está preocupado com isso”, disse o dirigente.