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Nervosismo, arbitragens polêmicas e desperdício de gols ajudam explicar má fase do Atlético-MG

Derrota para o Corinthians fez o Atlético-MG aumentar para três jogos o jejum de triunfos - Leonardo Soares/UOL Esporte
Derrota para o Corinthians fez o Atlético-MG aumentar para três jogos o jejum de triunfos Imagem: Leonardo Soares/UOL Esporte

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

04/09/2012 06h00

Em suas últimas cinco partidas o Atlético-MG somou apenas cinco pontos, com vitória sobre Botafogo e empates diante de Atlético-GO, do rival Cruzeiro e da Ponte Preta, além de derrota para o Corinthians. Isso significa aproveitamento de 33,33%, muito abaixo dos 84,44% obtidos nas 15 rodadas iniciais e que garantiram o título simbólico do 1º turno.

A redução na pontuação nessas últimas rodadas não tirou o time da liderança, em função de tropeços dos concorrentes e de ter uma vitória a mais do que o Fluminense, time que tem os mesmos 44 pontos do Atlético-MG. A preocupação do torcedor atleticano é evidente.

Alguns fatos registrados na reta final do primeiro turno e, principalmente, no começo do returno, ajudam a explicar as dificuldades atleticanas nesse momento da competição. Nesta quarta-feira, o alvinegro mineiro enfrenta o Bahia, como visitante, e precisa vencer, para não correr risco de perder a liderança após 15 rodadas consecutivas.

Nervosismo reflete em cartões:

O Atlético-MG começou o returno como o segundo time que mais levou cartões no Brasileirão, atrás apenas do rival Cruzeiro, com 53 advertências no total, sendo 50 amarelos e três vermelhos. Mais nervoso no período dos resultados adversos, a equipe atleticana aumentou a média de 2,33 para 3,6 advertências por partida.

  • Bruno Cantini/Site oficial do Cruzeiro

    Meia-Bernard reconhece nervosismo em alguns momentos e foi expulso no clássico com Cruzeiro

Nas últimas cinco rodadas foram 18 amarelos, sendo oito nas duas primeiras rodadas do segundo turno e três vermelhos, um na segunda metade. Das expulsões, duas foram por desentendimento, seja com adversários ou juiz. Bernard, que trocou empurrões com Leandro Guerreiro no clássico mineiro e Júnior César por reclamar com Péricles Cortez. O próprio jovem meia-atacante reconhece estar nervoso.

Polêmicas nas arbitragens:

Nas últimas partidas, o time mineiro vem convivendo com erros dos árbitros ou, pelo menos lances polêmicos. No clássico contra o Cruzeiro, a não marcação de uma falta de Montillo em Guilherme, resultou no gol de empate, no último minuto do segundo tempo, revoltou os jogadores e o técnico Cuca com o juiz Nielson Nogueira Dias.

  • Bruno Cantini/Site oficial do Atlético-MG

    Jogadores do Atlético-MG reclamaram muito da arbitragem de Nielson Dias no jogo com Cruzeiro

Apesar da infração não ter sido marcada pela arbitragem, o argentino foi indiciado pelo STJD pela jogada e será julgado nesta quarta-feira. Diante do Corinthians o Atlético-MG reclamou de gol marcado por Guilherme, nos acréscimos, e anulado por Péricles Cortez. 

Queda no poder de marcação

Ponto forte do Atlético em quase todo primeiro turno do Campeonato Brasileiro, a defesa perdeu sua força de marcação e passou a apresentar problemas. O time mineiro levou oito gols nos últimos cinco jogos, metade dos tentos levados em toda a competição. Com a manutenção de Réver e Leonardo Silva entre os zagueiros, o clube mineiro levou dois gols do Cruzeiro, Botafogo e Ponte Preta e um do Atlético-GO e Corinthians, igualando os números defensivos do Grêmio, com 16 gols, como a segunda melhor defesa da competição nacional.

Dificuldade nas finalizações

Apesar de ter deixado a marca sete vezes nas últimas cinco partidas e de ter o melhor ataque do Campeonato Brasileiro, com 35 gols, o Atlético vem mostrando problema de pontaria. Principalmente contra o Atlético-GO e Ponte Preta, o time comandado por Cuca pecou nas finalizações. Em Goiânia, no empate por 1 a 1, o alvinegro mineiro finalizou mais de 20 vezes, acertou a trave em três oportunidades e seus jogadores perderam gols cara a cara com o goleiro Márcio.

A falta de pontaria se repetiu contra a Ponte Preta, que após o Atlético levar o empate duas vezes, desperdiçou inúmeras chances na frente do gol. O artilheiro atleticano Jô, com seis gols, balançou as redes uma vez neste período de jogos, diante do Botafogo, partida marcada também pelo “problema” atleticano em ampliar a vantagem no placar, que terminou com triunfo por 3 a 2, em Belo Horizonte.