Topo

Rivais Cruzeiro e Atlético-MG têm quarta-feira decisiva no campo e no Tribunal

Clássico mineiro foi bastante tumultuado e marcado por polêmicas - Bruno Cantini/Site oficial Atlético-MG
Clássico mineiro foi bastante tumultuado e marcado por polêmicas Imagem: Bruno Cantini/Site oficial Atlético-MG

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

05/09/2012 08h05

A quarta-feira será decisiva para o Cruzeiro e Atlético-MG nos gramados e também nos tribunais. No mesmo dia em que enfrentarão Botafogo e Bahia, respectivamente, pelo Campeonato Brasileiro, os clubes mineiros serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido os incidentes ocorridos no clássico do último dia 26, que terminou empatado em 2 a 2 e recheado de polêmicas.

Com 100% no returno, Cruzeiro enfrenta desfalcado Botafogo para embalar de vez

  • Reprodução

    Após um primeiro turno irregular, quando viu o Atlético-MG disparar na liderança, o Cruzeiro encara o Botafogo para se manter 100% no returno, se aproximar do G4 e do rival, que está 10 pontos à frente

O Cruzeiro pode ser o mais prejudicado, uma vez que corre o risco de perder o mando de campo de até 20 jogos. Isso porque foi denunciado duas vezes no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto”, além de “lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo”. Com isso, a pena de uma a dez partidas de suspensão pode dobrar.

Já o Atlético terá dois jogadores importantes em julgamento. O meia Bernard e o volante Pierre foram expulsos durante o clássico e correm o risco de desfalcar o time alvinegro para a sequência do Brasileiro.

Tentando minimizar os prejuízos, o Cruzeiro prepara, além das provas tradicionais, como depoimentos e vídeos, fotos publicadas em redes sociais, como Twitter e Facebook, para provar que existiam torcedores atleticanos infiltrados na torcida celeste e que eles seriam responsáveis pelos objetos atirados ao gramado.

Na súmula do clássico, o árbitro pernambucano Nielson Nogueira Dias relatou o arremesso de um celular, uma bateria de celular, uma buzina a gás, uma camisa e vários copos de água. “Essa possibilidade existe, mas acreditamos que o Cruzeiro tem provas suficientes para evitar a perda (de mando de campo)”, observou o presidente celeste, Gilvan de Pinho Tavares.

O julgamento da perda do mando de campo ainda tem um agravante: o Cruzeiro é reincidente no caso. No clássico do final do ano passado, quando o time celeste goleou o rival por 6 a 1, torcedores atiraram objetos no gramado da Arena do Jacaré e o clube foi impedido de atuar em casa em dois jogos, que foram cumpridos nas duas primeiras rodadas do atual Brasileirão.

Pela 1ª vez sem Ronaldinho, Atlético-MG tenta frear queda contra embalado Bahia

  • Reprodução

    Pela primeira vez, desde que estreou, o Atlético-MG entrará em campo, neste Brasileiro, sem Ronaldinho Gaúcho, que cumprirá suspensão pelo terceiro cartão amarelo

Segundo o clube, três torcedores que atiraram objetos foram identificados no clássico deste ano, fato que poderia minimizar a pena. Além disso, o Cruzeiro alega ter provas que quatro atleticanos que atiraram em direção a 50 cruzeirenses, horas antes da partida, teriam roubado os ingressos dos rivais e distribuído entre fãs do Atlético-MG. A informação, porém, não foi confirmada pela assessoria da Polícia Militar.

Outros denunciados

Cruzeiro e Atlético podem perder jogadores para as próximas partidas. O argentino Montillo foi denunciado por “jogada violenta” e está incurso no artigo 254, cuja pena pode chegar a seis jogos de suspensão. A Promotoria do caso entendeu que o jogador deveria ter sido expulso no lance com o atacante Guilherme, no último minuto de jogo, quando o time celeste conseguiu o empate.

Porém, o árbitro da partida não marcou falta no lance, o que será um argumento da defesa cruzeirense. Pela troca de empurrões, o volante Leandro Guerreiro e o atleticano Bernard foram denunciados no artigo 250 “por praticar ato desleal ou hostil durante a partida” com risco de suspensão por até seis partidas.

O volante celeste ainda vai responder ao artigo 258 por “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva” por ter tentado recolher os objetos atirados ao gramado e também pode receber punição de até seis partidas.  Já o volante Pierre, expulso da partida por falta em Montillo, responderá ao artigo 25, podendo ficar fora até três partidas.

Já o árbitro Nielson Nogueira Dias foi denunciado no artigo 259 (deixar de observar as regras), sob o risco de suspensão de 15 a 120 dias, além de multa de até R$ 1 mil. O pernambucano também responderá ao artigo 260, por “omitir-se no dever de prevenir ou de coibir violência ou animosidade entre os atletas”, cuja pena varia de 30 a 180 dias de gancho e multa de R$ 1 mil.

Por ofensas à arbitragem, três dirigentes celestes também foram denunciados. O diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, o gerente de futebol, Valdir Barbosa, e o diretor de comunicação, Guilherme Mendes, foram denunciados em três artigos: 243-C, 243-F e 258-B em que, em cada um dos casos, podem receber multa de até R$ 100 mil e punição de até seis meses.