Flu reduz 'medalhões', valoriza base e economiza mais de R$ 1 milhão em salários

Rejuvenescer um elenco mantendo qualidade e brigando por títulos não é tarefa das mais simples, mas foi o que o Fluminense conseguiu em 2012. Apontado como time 'galáctico' no começo da temporada, quando tinha vários jogadores disputados no mercado e com altos salários entre seus reservas, o time carioca mudou o status, fez uma 'limpeza' no elenco e passou a dar mais espaço aos jovens revelados em Xerém. E seguiu forte no Campeonato Brasileiro.

As saídas dos atacantes Araújo, Martinuccio (por empréstimo) e Rafael Moura, dos meias Souza e Lanzini, e do zagueiro Márcio Rosário, também fizeram com que o clube economizasse mais de R$ 1 milhão na folha salarial mensal. A redução aconteceu mesmo com o aumento recebido por Wellington Nem e Wallace, que ganharam mais espaço e receberam sondagens de times europeus, assim como outros jovens da base.

A escolha pelos jovens formados em Xerém, justificada pelas boas campanhas do time no vice campeonato da Taça BH e do Campeonato Brasileiro Sub-20, em 2011, e da Copa São Paulo, em 2012, se mostrou acertada. Wellington Nem se tornou titular absoluto de Abel Braga. Samuel, que já marcou cinco gols no Brasileirão, virou um substituto mais eficiente para Fred do que Rafael Moura. Wallace e Marcos Junior atuaram bem e aumentaram as opções do treinador.

Para o goleiro Diego Cavalieri, a mistura de experiência de jogadores como o Deco e Fred, com a juventude e qualidade dos jovens recém-promovidos, é um dos segredos para a campanha do líder Fluminense no Campeonato Brasileiro.

“Essa mistura é boa para o clube, para nós (jogadores mais experientes) e para eles. É bom ver chegarem jovens com potencial enorme, que se dedicam, se entregam nos treinos. A gente procura sempre conversar com eles, dar dicas. Todos têm uma cabeça muito boa e a gente fica feliz por eles estarem conquistando o espaço deles. Valoriza o trabalho que estão fazendo na base”, disse o camisa 12.

Mais cuidadoso, o técnico Abel Braga usa a grande presença das revelações – são 12 jovens formados em Xerém em um grupo formado por 29 jogadores – para desmistificar o 'super' elenco que alguns torcedores enxergam na equipe das Laranjeiras. O treinador diz que o momento de vitórias, porém, beneficia o lançamento dos garotos.

“Não concordo muito com essa coisa de melhor elenco do Brasil. Temos algumas posições que você sabe que saiu um jogador e entra outro. Deco, que quando está fora, o Wagner joga, por exemplo. Nos outros setores são meninos. Tem sempre o momento oportuno e eles estão sendo lançados com a equipe em boa fase. Eles entram com mais confiança pelo rendimento do time. Os mais velhos também apoiam”, analisou Abel Braga.

Atualmente o Fluminense conta com os seguintes jogadores formados na base: o goleiro Kléver, os zagueiros Digão, Elivélton e Wellington Carvalho, o lateral Wallace, os volantes Fábio Braga e Rafinha, o meia Higor e os atacantes Matheus Carvalho, Marcos Junior, Samuel e Wellington Nem. Outros têm treinado no time principal esporadicamente, como os meias Caio e Eduardo, e os atacantes Biro Biro e Michael.

O Fluminense lidera o Campeonato Brasileiro com 50 pontos, dois a mais que o Atlético-MG. O time de Cuca, porém, ter uma partida a menos. O time carioca volta a campo nesta quarta-feira, às 19h30, contra a Portuguesa, no estádio do Canindé.