Topo

Sem poder de venda, Cruzeiro encara dificuldade financeira e aposta na volta do Mineirão

Presidente Gilvan de Pinho Tavares diz que assumiu o clube com os cofres vazios - Gabriel Duarte/UOL Esporte
Presidente Gilvan de Pinho Tavares diz que assumiu o clube com os cofres vazios Imagem: Gabriel Duarte/UOL Esporte

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

16/09/2012 06h05

Para se manter bem financeiramente nos últimos anos, o Cruzeiro adotou a política de venda de jogadores como solução para não deixar o clube “no vermelho”. Porém, em 2012, o panorama é diferente. Com dificuldades no caixa, desde o começo da temporada, a equipe celeste admite não ter atletas que possam ser vendidos e vê a reabertura do Mineirão como salvação para reforçar os cofres no próximo ciclo.

Cruzeiro busca vitória para segurar Roth contra Vasco do estreante Marcelo Oliveira

  • Arte UOL

“A questão financeira não está totalmente resolvida, não houve fato para resolver essa situação. Nos últimos anos, assistimos aos clubes resolvendo com vendas de atletas formados. Isso não tem acontecido, no nosso plantel não tinha esses atletas”, disse o presidente Gilvan de Pinho Tavares.

O mandatário celeste assumiu o cargo no final do ano passado, ocupando a vaga deixada por Zezé Perrella, que encerrou um ciclo de administrações divididas com o irmão Alvimar de Oliveira Costa, iniciado em meados da década de 1990. Gilvan de Pinho recebeu o Cruzeiro com dificuldades financeiras.

Mesmo sem direção, o clube celeste trouxe 13 jogadores no início da temporada. Porém, nenhum se firmou entre os titulares. Somente na segunda leva de reforços, que jogadores como Tinga, Borges e Ceará assumiram lugar no time de Celso Roth. As administrações Perrella adotaram a política de vender jogadores para o exterior, visando equilibrar o caixa do clube.

Os atacantes Fábio Júnior, Geovanni e Fred, além dos meio-campistas Ramires, Dudu e o lateral Jonathan são exemplos de venda do Cruzeiro nos últimos anos. Neste ano, a única negociação bem-sucedida foi a do volante Rudnei para o futebol russo. Porém, não rendeu sequer R$ 1 milhão ao clube.

Apesar de estar cumprindo os compromissos, o Cruzeiro admite que vai enfrentar dificuldades até o final do ano. A solução encontrada pelo clube para não se endividar é a parceria para explorar comercialmente o Mineirão, próxima de ser fechada com a empresa Minas Arena, vencedora da licitação pública para administrar o estádio por 25 anos.

“No ano que vem, quando voltarmos ao Mineirão, esperamos ter melhores resultados, inclusive financeiros. Esperamos ter jogadores desse perfil, que vão ser titulares, quer querem fazer história no clube e ser depois vendidos”, admitiu o mandatário celeste.

Em campo, a situação do Cruzeiro anda complicada. Depois de lutar contra o rebaixamento no Brasileirão do ano passado, foi eliminado nas semifinais do Campeonato Mineiro e nas oitavas de final da Copa do Brasil. No Brasileiro, o time celeste faz campanha irregular e ocupa o oitavo lugar com 34 pontos.

Neste domingo, o Cruzeiro enfrenta o Vasco, às 16h, em Varginha, no Sul de Minas, em função da perda de mando de campo de seis jogos, punição aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em função de incidentes no clássico com o Atlético-MG, em 26 de agosto. Celso Roth entrará em campo bastante pressionado depois das três derrotas seguidas.