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Gringos do Inter montam 'grupo de apoio' aos excluídos e clube admite rever o caso

Inter conta com cinco estrangeiros no elenco e é obrigado a deixar dois fora dos jogos - Edu Andrade/Agência Freelancer
Inter conta com cinco estrangeiros no elenco e é obrigado a deixar dois fora dos jogos Imagem: Edu Andrade/Agência Freelancer

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

26/09/2012 06h00

Três dentro e dois fora. A colônia de estrangeiros do Inter tem repetido esta divisão na temporada, mas sem satisfação completa. Antes minimizado pelo clube, o excesso de jogadores nascidos fora do Brasil toma corpo como um problema expressivo no elenco. Entre os gringos existe até um grupo informal de apoio aos preteridos.

Dátolo e Bolatti são os excluídos do momento. O meia egresso do Espanyol vive à sombra de D’Alessandro. Já Bolatti amarga o reflexo da presença de Guiñazu. O quadro da dupla piorou com a chegada de Forlán.

Por coincidência ou não, Dátolo teve o primeiro deslize disciplinar no ápice da falta de espaço no time. Na semana passada, durante um treino, teve uma rápida discussão com Fernandão. No trabalho seguinte nem na equipe reserva ele foi colocado.

A segregação, porém, é combatida em espanhol. Os titulares – Guiñazu, D’Alessandro e Forlán, atacam meio como psicológos, meio como conselheiros. E tentam dar apoio. Evitar maior desgaste no clube.

“Não é fácil, falamos sobre isso quase todo dia. Tem gente de qualidade que nem sequer consegue concentrar. É difícil vir treinar e ficar fora”, disse Guiñazu. “Tentamos levar com alegria, dando força para quem fica fora. Às vezes você pode dar a vida no treino e acabar fora”, completou.

Na diretoria, o excesso de jogadores que não nasceram no Brasil deixou de ser amenizado. Tanto que a cúpula chegou a cogitar a dupla cidadania de Guiñazu. O plano foi abortado, mas já com a quase certeza de que Bolatti não ficará no Beira-Rio depois de janeiro. Na virada do ano a situação de Dátolo também pode ser revista. Só que muito mais por vontade do meia do que propriamente do Internacional.

"Pode surgir um negócio em janeiro com algum estrangeiro. Vamos esperar e aprovietar para fazer uma reavaliação no final desta temporada", disse o presidente Giovanni Luigi ao explicar a desistência do trâmite burocrático envolvendo Guiñazu - que poderia abrir uma vaga para utilização de mais um gringo.

 

CONFIRA A SITUAÇÃO ATUAL DOS ESTRANGEIROS DO INTERNACIONAL

Guiñazu: no Inter desde 2007; é titular absoluto e ídolo da torcida. Um dos que puxa o apoio aos gringos preteridos até das concentrações
D'Alessandro: camisa 10, capitão da equipe. Com vaga intocável e status de líder. Vive ano cheio de lesões, mas sempre voltou direto para o time titular
Forlán: contratação de impacto na última janela, ainda abaixo do esperado pela torcida, mas com a titularidade garantida - ao lado de Damião
Bolatti: perdeu espaço no time já no final de 2011, com Dorival Júnior; quase foi para o Zaragoza na janela recente e não deve ficar no próximo ano
Dátolo: contratado em janeiro, estreou com gol em Gre-Nal, conquistando a torcida; só começou a sobrar até da concentração recentemente