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R. Caetano vira o jogo sobre Zinho fora de campo e vence 'Fla-Flu de dirigentes'

Zinho marcou época atuando no Fla; já Rodrigo surgiu sem muito brilho no Grêmio - Arte UOL
Zinho marcou época atuando no Fla; já Rodrigo surgiu sem muito brilho no Grêmio Imagem: Arte UOL

Pedro Ivo Almeida e Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/09/2012 06h10

A disputa entre Rodrigo Caetano e Zinho pelas conquistas da época em que atuaram dentro de campo chega a ser desigual. Campeão do mundo, penta campeão brasileiro e com inúmeros títulos regionais, o atual dirigente do Flamengo supera com sobras o ex-jogador que ficou marcado basicamente por suas atuações no futebol gaúcho. Fora de campo, no entanto, o diretor do Fluminense virou o jogo e vence com certa facilidade o "Fla-Flu" dos executivos nos bastidores.

Enquanto Zinho ainda dá seus primeiros passos na profissão e acumula erros naturais de um jovem que acabou de subir das categorias de base, Rodrigo Caetano, mesmo com a pouca idade - 42 anos -, já é um experiente "camisa 10" e acumula prêmios na gestão do esporte, como o conquistado no início do mês, de melhor executivo de futebol do país dado pelo BrSM (Brasil Sport Market).

E a diferença do trabalho é refletida na tabela do Campeonato Brasileiro. Os desempenhos de Flamengo e Fluminense, que medem forças neste domingo, às 16h, no Engenhão, são reflexos das "jogadas" de seus dirigentes fora das quatro linhas. Enquanto o Tricolor de Rodrigo Caetano lidera com folga a competição, o Rubro-negro de Zinho ainda luta para ratificar seu crescimento na competição e espantar de vez o fantasma do rebaixamento.

Credenciado pelo bom trabalho em três anos de Vasco (2009 até 2011) e contratado como solução para os problemas fora de campo do Fluminense, Caetano ajudou a montar aquele que é apontado por muitos como o melhor elenco brasileiro da atualidade.

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Como jogador: chegou ao Grêmio com 10 anos, onde jogou até os 22 anos (1992); em seguida, foi para o Mogi-Mirim, onde atuou no famoso time do "Carrossel Caipira". Caetano ainda atuou no Brasil de Farroupilha (1994 e 1996), Sport (1995), Caxias do Sul (1996 e 1998), Náutico (1999), América-RN (2000), Deportivo Táchira-VEN (2001), RS Futebol (2002) e São José (2003), onde encerrou a carreira. Seu melhor momento foi em 1997. Artilheiro do Campeonato Gaúcho, recebeu uma proposta para jogar no Compostela-ESP, mas uma lessão no joelho impediu o sonho de atuar na EuropaComo jogador: Revelado pelo Flamengo em 1986, ganhou praticamente tudo que disputou no clube onde ficou até 1992. Em 1993, se transferiu para o Palmeiras e participou de uma das gerações mais vitoriosas do alviverde. Foi campeão do mundo em 1994 pela seleção. Se transferiu para o Japão em 1995 (Yokohama Flugels) e voltou para o Palmeiras em 1997, onde ficou até 2000 e foi para o Grêmio. Trocou o time paulista pelo Cruzeiro em 2003, onde ganhou três títulos. Ainda retornou ao Flamengo (2004 e 2005) e encerrou a trajetória no Nova Iguaçu (2005) e no Miami FC (2006 e 2007)
Como dirigente: Iniciou a carreira no RS Futebol, assim que parou de jogar. Em seguida, comandou o processo de reestrutração do Grêmio quando o time gaúcho foi rebaixado para a série B (2004/2005). Apos alguns anos no Sul, assumiu o desafio de reconstruir o Vasco, que também havia sido rebaixado. Ficou em São Januário de 2009 a 2012, conquistou a Copa do Brasil (2011) e devolveu os dias de glória ao time. Chegou nas Laranjeiras neste ano e pode conquistar um inédito título brasileiro em sua carreiraFora de campo: Após o fim da carreira, definiu que não queria deixar o futebol e assumiu o desafio de ser técnico do Miami FC, seu último clube como jogador. Sem muito sucesso em um país onde o futebol ainda está longe de ser o principal esporte, voltou ao Brasil em 2010. Comandou o Nova Iguaçu, clube de sua cidade de origem, e iniciou a trajetória como dirigente. Também não deu muito certo. Em janeiro de 2012, acertou com o canal Fox Sports para ser comentarista, mas em maio recebeu o convite para trocar a TV pelo Fla

Já Zinho, que tinha uma pequena experiência em clubes como Nova Iguaçu e Miami FC-EUA, retomou sua atividade de dirigente após deixar o posto de comentarista do canal Fox Sports e assumir o "maior desafio da vida" em maio, no Flamengo.

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Mas as dificuldades extracampo, principalmente no aspecto financeiro, impediram que ele repetisse como cartola o sucesso da época de jogador. Recentemente, o diretor chegou a cogitar deixar o cargo em função da saída do ex-vice de futebol, e seu fiel companheiro, Paulo César Coutinho. Em pouco mais de quatro meses, uma coleção de fracassos em contratações e discursos ainda prejudicam sua avaliação como dirigente.

E neste domingo, em camarotes distantes no Engenhão, longe dos gramados, como na década de 90, os dirigentes terão mais um desafio em suas respectivas lutas particulares no comando de Fluminense e Flamengo.

Enquanto Rodrigo tenta coroar o excelente momento fora das quatro linhas com o primeiro título brasileiro, Zinho luta em uma realidade bem distante dos cinco campeonatos que venceu em campo. O diretor rubro-negro espera mais uma vitória para  espantar de vez qualquer fantasma de rebaixamento, palavra até então inexistente em seu dicionário futebolístico e que só foi conhecer administrando o futebol do Flamengo.