PM diz que observou ataque a são-paulina, mas não interveio porque situação era "tranquila"
A Polícia Militar do Paraná viu de perto o ataque de torcedores do Coritiba a uma são-paulina no Couto Pereira, mas decidiu não intervir. Segundo o capitão Leandro Tunial, responsável pela segurança no estádio, tratou-se de um desentendimento entre torcedores de um mesmo time que não teve consequências graves.
“O pessoal fala que houve uma situação de agressão. Foi mais uma divergência de opinião. A Polícia Militar estava perto, mas ela não toma partido. Houve uma situação de agressão verbal. Até este tipo de conduta a gente aceita. Eles não queriam que ela pegasse a camisa, e queriam até que o Lucas saísse de perto. É uma conduta de torcedor. Não tenho como encaminhar criminalmente”, disse o policial, acrescentando que os oficiais poderiam ter agido caso a menina ou seu pai tivessem pedido ajuda.
“Se ele [pai da torcedora] chegasse e pedisse, poderíamos prender alguém. A gente não concorda com isso, mas nossa parte é garantir a segurança. Se a polícia age intempestivamente e agride um torcedor, também seria criticada. Entre eles, acertaram a situação. A sociedade tem de ter essa liberdade. Se toda briga de vizinho você tiver de chamar a polícia, aí os crimes maiores, como roubos de banco, vão ficar em segundo plano”, disse Tunial, em entrevista ao UOL Esporte.
O incidente em questão aconteceu após o empate por 1 a 1 entre Coritiba e São Paulo. Depois de ouvir os gritos da fã durante o jogo, Lucas foi até a arquibancada onde estava a torcida rival e entregou sua camisa à garota Millena, que logo foi cercada por alguns homens exaltados.
Sob pressão, ela foi obrigada a entregar a camiseta, que foi parar no fosso do estádio. Retirada pela segurança particular do Couto Pereira, ela foi levada ao vestiário do São Paulo, onde foi recebida por Lucas, tirou fotos e ganhou uma nova camiseta do ídolo.
“O que chegou para nós é que tinham identificado são-paulinos no meio da torcida do Coritiba. Ali ainda foi muito tranquilo, porque se fossem torcedores mais exaltados podiam jogá-la no poço, e não só a camisa. Não aconteceu isso. Se for pensar no mais grave e no menos grave... Eu não concordo com nenhuma delas. É de um mau gosto tremendo. O problema é que às vezes, se você for imaginar que no estádio tinham 18 mil pessoas e a gente conseguiu lidar com 99% delas, para mim foi tranquilo”, concluiu Tunial.
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