Atlético-MG reforça 'bicho' na reta final do Brasileiro e beneficia também servidores anônimos

Para ajudar no pacto firmado com jogadores e integrantes da comissão técnica pela retomada das vitórias no Brasileirão, revelado pelo UOL Esporte, a diretoria do Atlético-MG reforçará o bicho em caso de conquista do título brasileiro, comemorado uma única vez e há 41 anos. A tentativa do dirigente é conseguir motivação extra para o grupo de atletas na reta decisiva do Brasileirão.

Nesta quarta-feira, o tema bicho foi tratado em conversa de Alexandre Kalil com os jogadores atleticanos, na Cidade do Galo. “Conversei com eles, como a gente vem conversando sempre, porque temos um canal permanentemente aberto”, comentou o mandatário atleticano. E bicho no alvinegro mineiro não é assunto que interessa apenas aos jogadores e membros da comissão técnica. Os funcionários do clube também lucram.

O goleiro Victor, que começa a se destacar como uma das lideranças do atual elenco atleticano, confirma a conversa com o dirigente sobre premiação e vê o reforço no “bicho” como medida importante, embora considera que não é decisiva e nem pode ser a maior motivação.

“Tudo que vier para acrescentar e nos ajudar é válido e esse ponto (premiação) é importante também. Todos os times adotam esta prática, não que a gente vá buscar o título pela premiação, mas isso pode ajudar, mas não tem motivação maior do que você estar brigando pelo título do Campeonato Brasileiro, depois de tanto tempo”, disse Victor.

Em relação a bichos, a diretoria atleticana adota há algum tempo a estratégia do ‘bicho solidário’ para criar um ambiente de confiança, união e satisfação, motivando não apenas os jogadores, mas também funcionários do clube. Dessa forma, servidores atleticanos, que trabalham no dia a dia na Cidade do Galo, em Vespasiano e na sede administrativa no Bairro de Lourdes, em Belo Horizonte, são premiados pelas vitórias do time.

De acordo com Alexandre Kalil, a medida tem se mostrado positiva, especialmente neste ano, em que o time tem conseguido boa campanha. “Todo mundo que convive dentro do CT recebe bicho”, disse. Segundo ele, isso contribui para criar uma energia positiva no ambiente de trabalho. “O õnibus sai abençoado”, ressaltou.

Com isso, a meta alcançada em campo, gera lucro para os funcionários fora dele. No primeiro semestre, por exemplo, o título do Campeonato Mineiro rendeu aos trabalhadores “anônimos” do clube um recompensa financeira pela conquista da equipe. Ao final do Brasileiro, os trabalhadores irão “lucrar”, caso seja confirmado o título ou pelo menos vaga à Libertadores.

Os funcionários que trabalham na Cidade do Galo, em Vespasiano, reconhecem que a medida adotada por Alexandre Kalil surte efeito. “Todo mundo trabalha ainda mais feliz, é bom você ser gratificado, qualquer dinheiro a mais é importante para a gente”, disse uma faxineira do CT, que não se identificou.

“A gente vem tendo benefícios com premiações, aumento no salário, premiação de Natal”, contou um dos porteiros do Atlético-MG. “A gente torce ainda mais para o time em campo, para vencer, dá mais gosto a cada vitória”, completa outro servidor atleticano.

Os valores da premiação para título e Libertadores já foram acertados entre o presidente e os atletas. Em jogos decisivos, como o duelo contra o Grêmio e Vasco, no primeiro turno, o dirigente aceitou argumentos dos atletas e aumentou o valor pelas vitórias, que foram confirmadas.