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Gum conquista liderança dentro do Flu com 'sacrifício físico' e tempo de clube

Gum tornou-se exemplo de dedicação para os companheiros do Fluminense - Sergio Moraes/Reuters
Gum tornou-se exemplo de dedicação para os companheiros do Fluminense Imagem: Sergio Moraes/Reuters

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/10/2012 06h00

A música não é o pagode ou o funk, muito menos o sertanejo universitário. Encontrá-lo no Barra Music, conhecida casa de shows do Rio onde os jogadores de futebol 'batem cartão' também não é possível. De perfil diferente da maioria dos boleiros, o zagueiro Gum não tem a mesma badalação de outras estrelas do Fluminense, porém, dentro do vestiário do clube, a voz do camisa 3 tem muito peso. A admiração dos companheiros foi conquistada pelos sacrifícios físicos e pelo longo tempo de casa do defensor.

No Fluminense desde 2009, o zagueiro, que já conquistou um Brasileirão e um Carioca, saiu de campo mais de uma vez 'quebrado'. Uma das cenas mais clássicas do jogador aconteceu na semifinal da Copa Sul-Americana do ano de sua estreia. Contra o Cerro Porteño, Gum levou uma cotovelada, sangrou muito e voltou para o campo com parte do rosto e da cabeça enfaixados. Nos acréscimos, marcou o gol de empate, garantindo a classificação tricolor, que ainda virou com tento do atacante Allan.

No último domingo, na vitória por 2 a 1 contra a Ponte Preta, mais uma vez o jogador marcou um gol decisivo atuando no 'sacrifício'. O técnico Abel Braga revelou após a partida que o camisa 3 pediu que ele guardasse uma das substituições pois estava sentindo muitas dores na perna.

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"Ele [Gum] é um jogador diferente e é bom ver vocês falando dele. No intervalo ele chegou para mim e disse 'não queima a terceira substituição porque estou com um problema na perna'. De vez em quando as coisas acontecem assim. Tanto que ele foi lá e fez o gol da vitória. Um pouquinho de sorte nesses casos também é fundamental", contou o técnico Abel Braga.

Líder silencioso
Gum não é o capitão do 'time de guerreiros', nem é visto aos berros dentro do gramado, mas a dedicação do jogador nos treinamentos e partidas fez com que ele virasse exemplo positivo para os mais jovens e uma liderança natural. Digão, companheiro de zaga do Fluminense, revela os conselhos que recebeu do companheiro ao ser promovido para o profissional, em 2009.

"O Gum é um cara focado, centrado mesmo. É um guerreiro e passa muita experiência para o time, viveu muita coisa já aqui dentro e isso me ajudou bastante. Me sinto muito bem jogando ao lado dele, a gente já vem jogando junto desde 2009 e espero que em 2012 consigamos esse título para ficar marcado na história", disse o zagueiro.

MELHORES DEFESAS DOS ÚLTIMOS CAMPEONATOS BRASILEIROS

EQUIPE - ANOMÉDIA DE GOLS SOFRIDOS
FLUMINENSE - 20120,63
CORINTHIANS - 20110,94
FLUMINENSE - 20100,94
SÃO PAULO - 20091,1
GRÊMIO - 20080,92
SÃO PAULO - 20070,5
SÃO PAULO - 20060,84

A temporada, porém, não começou da maneira que Gum imaginava. Recuperado de uma grave lesão na coxa, o defensor começou 2012 como última opção do setor, atrás de Leandro Euzébio, Anderson, Digão e Elivélton. O espaço foi conquistado com o mesmo sacrifício físico das partidas, impressionando o capitão Fred, que observava o colega correndo até depois dos treinamentos.

"Lembro que ele ficou muito tempo de fora por lesão, e quando ele voltou na reserva, voltou treinando como um maluco, era até impressionante olhar de fora. Por tudo que ele tem feito, merece muito mais, muito mais destaque. É o melhor zagueiro do campeonato na minha opinião", disse o atacante tricolor.

Os números de Gum e do Fluminense neste Brasileirão são altamente positivos. Disputou 28 das 30 partidas do time no nacional, marcou dois gols e com o camisa 3 em campo, a média de gols sofridos pelo time das Laranjeiras é de 0,6 por jogo. Ele voltará a campo nesta quarta-feira, às 19h30, contra o Grêmio, no Engenhão. O Flu lidera o torneio nacional com 68 pontos, nove acima do Atlético-MG.