Atlético-MG 'concentra' Rafael Marques para que médicos do clube acompanhem sua recuperação

O zagueiro Rafael Marques, que vem se recuperando bem da pancada na cabeça, sofrida no empate contra o Santos, em 2 a 2, está “concentrado” na Cidade do Galo, desde a quinta-feira, quando o elenco retornou a Minas e deverá permanecer assim até o final desta semana, para ser observado pelo departamento médico. O jogador ficará pelo menos uma semana de repouso, sem fazer nenhum tipo de atividade física.

“O Rafael foi avaliado em Santos, permanece em observação, na primeira semana a única coisa que pode fazer é repouso, ser observado, não tem nenhuma previsão de retorno, tudo correndo bem, no meio de semana que vem ele pode começar gradativamente trabalhos físicos para ai depois ser reintegrado ao grupo, mas sem uma previsão ainda”, afirmou Rodrigo Lasmar.

Na quinta-feira, o médico Otaviano Oliveira, que acompanhou todo o atendimento a Rafael Marques em Santos, havia revelado que o jogador poderia retornar após o jogo com o Coritiba, marcado para o dia 4 de novembro, ficando fora das partidas com Fluminense, neste domingo, às 16h, e Flamengo, ambos no Independência. Nesta sexta-feira, Rodrigo Lasmar preferiu não fazer estimativa para o retorno.

Na partida conta o Santos, na quarta-feira, Rafael Marques saiu de campo direto para o hospital, em Santos, após se chocar de cabeça. O jogador sofreu um traumatismo craniano no lance e passou a noite internado. O goleiro Victor, amigo de Rafael Marques disse que o zagueiro passa bem, após o susto em Santos. “O Rafael ainda sente um pouco de dor, mas está bem, esteve aqui com a gente”, destacou.

O goleiro atleticano criticou a demora para atendimento de Rafael Marques. “Complicado, no Brasil a gente só corre atrás das coisas depois que uma coisa ruim acontece, prova disso foi a situação do Rafael, impensável colocar uma mureta na beira do campo e não dar acesso a ambulância”, observou.

“São coisas que precisam ser melhor analisada, a segurança do atleta vem em primeiro lugar, não só a comodidade do torcedor de futebol, que é importante, mas a segurança do atleta tem de ser observado”, acrescentou.

Apesar de afirmar que o fato de a ambulância não ter conseguido acesso ao gramado da Vila Belmiro, na quarta-feira, não teve consequências negativas sobre o atendimento do zagueiro Rafael Marques, o chefe do departamento médico do Atlético-MG, Rodrigo Lasmar criticou o episódio. Segundo ele, o erro poderia ter sido decisivo em caso de outro tipo de contusão.

“Ambulância é um instrumento fundamental para que o jogo possa ocorrer, segurança grande para os atletas e profissionais médicos que trabalham no jogo. No caso do Rafael a ambulância era importante para ele ser removido com segurança, esperamos o colar cervical e a prancha adequada para ele ser retirado do gramado, foi o que demorou para a sua saída de campo, já que não poderíamos colocá-lo na maca móvel”, disse Rodrigo Lasmar, que também é médico da seleção brasileira.

Rodrigo Lasmar reconheceu que a demora para atendimento e remoção do paciente é um fator prejudicial em caso de lesões mais sérias. “É uma situação complicada, o médico que está trabalhando precisa ter atenção, os minutos iniciais são determinantes para o atendimento ao atleta e nesse momento é preciso ter à sua disposição todos esses itens”, afirmou.

“A ambulância é fundamental. No caso do Rafael não ouve nenhum problema por causa do atraso da ambulância, pois a maca chegou, e não se tratava de uma lesão com risco de vida, mas em outro caso, poderia sim ter agravado a situação do jogador. Então, é preciso ter atenção e conscientização em relação a importância do fácil acesso da ambulância ao gramado”, acrescentou Rodrigo Lasmar.

Nesta sexta-feira o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por meio de seu presidente, Flavio Zveiter, decidiu interditar a Vila Belmiro por tempo indeterminado em função do episódio da última quarta-feira. A diretoria santista já iniciou reformas no estádio, para quebrar o degrau que impediu a entrada da ambulância ao gramado.