Advogado crê na absolvição do Atlético por não ver "infração" em protesto da torcida

Denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido a protesto realizado pela torcida antes e durante a vitória sobre o Fluminense, por 3 a 2, no domingo 21, o departamento jurídico do Atlético-MG crê na absolvição do clube, em julgamento a ser marcado, por considerar que não houve “infração disciplinar” no episódio.

“Pessoalmente, eu acho que não há infração disciplinar, não é uma situação que está aqui no Tribunal pacífica, ainda não foi julgada pelo Pleno. O Náutico foi absolvido, o Joinville foi apenado. Vai ser um caso para a gente que milita no direito esportivo interessante se debater”, observou o advogado do Atlético, Lucas Ottoni, em entrevista a Rádio Itatiaia.

Na semana passada, o procurador-geral do STJD, Paulo Schimitt, solicitou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) imagens do protesto dos torcedores do Atlético e confirmou que indiciará o clube, cuja pena prevista se limita a multa que varia de R$ 100 a R$ 100 mil. Lucas Ottoni mostrou-se confiante na absolvição.

“Eu espero e acredito piamente, apesar de respeitar o doutor Paulo, sempre combativo, é uma autoridade no assunto, que a gente consiga uma absolvição para o Atlético, porque não há infração ao Código”, reiterou o advogado do Atlético.

Munida de faixas e cartazes, além de usar nariz de palhaço, a torcida do Atlético driblou a resistência da Polícia Militar e conseguiu protestar antes e durante o jogo no Independência contra a CBF, o STJD e a arbitragem. O torcedores exibiram um mosaico com a sigla da CBF, nas cores do Fluminense, de cabeça para baixo.

A torcida atleticana promete nova manifestação na próxima quarta-feira, durante o jogo com o Flamengo, às 22h, no Independência, no encerramento da 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os atleticanos formarão um mosaico com  notas de R$ 5, numa alusão à multa máxima de R$ 100 mil. Lucas Ottoni disse que a diretoria do Atlético não tem como impedir o protesto do torcedor.

“O clube não pode interferir nesse tipo de situação, porque não cabe a gente. O clube é uma pessoa jurídica, no caso a torcida são cidadãos, então eu não vejo como a gente, de alguma maneira, reprimir isso, como a gente prevenir isso. Se o torcedor quiser fazer, ele vai fazer. E, se a gente entender que tem algum tipo de ilegalidade, ofensa, aí a gente toma providência, de identificá-los, de lavrar Boletim de Ocorrência”, disse o advogado.