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Pai do presidente do STJD, Zveiter defende filho e diz que recebe parabéns até hoje por 2005

Luiz Zveiter, personagem importante do Brasileirão de 2005, diz que recebe parabéns até hoje - 23 mai. 2008 - Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Luiz Zveiter, personagem importante do Brasileirão de 2005, diz que recebe parabéns até hoje Imagem: 23 mai. 2008 - Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

31/10/2012 16h11

Flávio Zveiter pode, nos próximos dias, decidir pela anulação de uma partida do Campeonato Brasileiro. Por motivos diferentes, repetiria a decisão que o pai, ex-presidente do mesmo STJD que ele comanda hoje, tomou em 2005, ao determinar a remarcação de 11 partidas do Campeonato Brasileiro daquele ano. Hoje afastado da esfera desportiva, Luiz Zveiter exime o filho de qualquer responsabilidade até agora, reforça sua confiança no herdeiro e diz que recebe parabéns até hoje pela decisão mais conhecida de sua carreira jurídica.

O caso que envolve Flávio se refere ao jogo entre Palmeiras e Inter, do último sábado. O atual presidente, eleito há menos de quatro meses, acatou um pedido de anulação da partida feito pelo clube paulista e congelou o resultado do jogo, que inicialmente terminou com a vitória da equipe colorada por 2 a 1.

“O que ele me disse é que isto está na lei. A determinação sobre esse tipo de evento é que ele não homologue o resultado até que o processo seja julgado. Se não cumprisse a lei ele não estaria correto”, se apressou em dizer Luiz, em contato com o UOL Esporte, refutando as críticas que o filho Flávio vem recebendo.

O caso do gol de mão de Barcos, supostamente anulado com a ajuda da influência externa da televisão, pode mudar o Campeonato Brasileiro com a remarcação da partida. A última vez em que isso aconteceu foi em 2005, quando o escândalo da Máfia do Apito, comandada pelo juiz Edilson Pereira de Carvalho “contaminou” 11 partidas do Brasileiro daquele ano.

A disputa foi para o STJD e Zveiter decidiu liminarmente anular as partidas, seguindo orientação do Ministério Público que dizia ser impossível dizer em quais jogos houve manipulação. A decisão só seria avaliada (e confirmada) pelo tribunal completo posteriormente, o que fez a decisão sobre o caso cair nas costas do então presidente, apontado até hoje como responsável indireto pelo título do Corinthians naquele ano.

“Não foram as anulações daqueles jogos que fizeram alguém perder ou ganhar o título. Todos tiveram a possibilidade de jogar novamente. Quem me critica, ou não conhece o fato ou gosta de aparecer. Ninguém fala nada, pelo contrário. As pessoas que me reconhecem nas ruas me dão parabéns pela decisão, não só por essa como também por outras que já tomei”, disse Luiz Zveiter.

Hoje ele trabalha como desembargador do Tribunal de Justiça. Diz nunca ter voltado ao STJD desde que deixou o cargo em 2005 até a posse do filho, em junho deste ano. Flávio, hoje com 31 anos, está no tribunal desde os tempos em que o pai comandava.

Flávio começou como auditor em 2001, quando ainda era apenas um estudante de Direito, o que chegou a causar constrangimentos em alguns julgamentos. Aos poucos, ganhou espaço dentro do tribunal até tornar-se o terceiro da família a assumir o STJD (o tio Sérgio comandou a entidade entre 1998 e 1999). Luiz trata a ascensão com naturalidade e reforça a confiança no potencial do filho.

“É natural que você siga os passos de alguém na família. A vida vai conduzindo as pessoas. Não tive nenhuma participação na eleição dele no STJD. Não dei nenhum conselho. Acho que o exemplo de retidão de caráter que ele teve em casa já foi passado”, disse Luiz, que acha que o filho, como ele, não será afetada por pressões externas na hora de decidir.

“Na época me perguntavam se eu sofria problema de pressão. A resposta dele seria a mesma que a minha. O único problema de pressão que eu tenho é sanguíneo. Tomo dois remédios de manhã e resolvo. Não tem pressão”, concluiu.