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Zagueiro do Palmeiras revela noite de choro e desespero após erros cometidos ante Botafogo

Maurício Ramos, zagueiro do Palmeiras, diz que nem conseguiu dormir após erros - Danilo Lavieri/UOL Esporte
Maurício Ramos, zagueiro do Palmeiras, diz que nem conseguiu dormir após erros Imagem: Danilo Lavieri/UOL Esporte

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

05/11/2012 15h50

Líder do elenco, quarto jogador que mais defendeu a camisa do Palmeiras no atual elenco, com 161 partidas, e um peso nas costas gigante nesta segunda-feira por dois erros cometidos no último domingo. O zagueiro Maurício Ramos sabe de toda essa condição e responsabilidade que carrega perante o grupo e, até por isso, admite que errou. Com a voz embargada, o jogador deu entrevista ao UOL Esporte e lamentou os erros que cometeu em Araraquara.

A noite após o jogo não serviu para descanso. Segundo ele, a madrugada foi usada apenas para enxugar as lágrimas pelos erros e pela situação que agora o Palmeiras se encontra: precisando de quatro vitórias em quatro jogos e ainda torcer para que Portuguesa ou Bahia tropecem.

"Eu passei a noite inteira chorando, em claro. Eu tentava colocar a cabeça no travesseiro e chorava, pensava nos erros. Fiquei a noite com minha mulher, sem conseguir pensar em nada que não fosse os erros. Eu me cobro muito e não posso errar tanto assim em um jogo só. Nós tivemos chances, tivemos oportunidade de fazer o gol e não fizemos. Eu já disse uma vez e digo de novo, é hora de não desconfiar um do outro. Eu digo que a gente poderia estar jogando até agora e não íamos fazer o gol. Se estivéssemos em uma situação mais tranquila, me desculpe o Botafogo, mas ia ser goleada", disse o jogador.

Maurício ainda aproveitou a oportunidade para desmentir de forma veemente a informação que recebeu de seus companheiros de que torcedores o acusavam de estar em uma casa de pagode na madrugada de domingo para segunda. Segundo ele, amigos avisaram que palmeirenses espalhavam um boato de que ele esteve curtindo a noite ao lado dos corintianos Romarinho e Ralf, na zona oeste de São Paulo.

"Cara, vieram me falar ainda que eu estava na noite com Romarinho e Ralf. Eu nem conheço esses caras. Só conheço de jogar junto e mais nada. A rivalidade, para mim, é muito grande, não tem como eu sair com eles. E outra, como eu sairia para uma noite depois dos meus erros. Como eu teria cabeça? Quer dizer que não tenho nenhuma identificação com o clube? Que eu não me preocupo com a situação? Que eu não sei do risco que correria se saísse? Quem coloca isso é ignorante, quem fala essa m... não é um ser humano. Nessa hora é fácil querer criticar", disparou o jogador.

Maurício reconhece que os dois erros diante do Botafogo podem queimá-lo com a torcida do Palmeiras, fazendo com que toda a história que construiu com a camisa alviverde seja esquecida. Ao falar do tema, ele não esconde a voz embargada no telefone para dizer que seguirá acreditando até a última possibilidade.

"Depende de como torcedor vai levar. Eu vou fazer o meu melhor, o meu trabalho. Eu tentei... (voz embargada) Eu tentei dar um tapa por cima e não consegui, o cara deu o carrinho. Eu errei, eu sei, qualquer ser humano pode errar. Mas no momento em que estamos... (longa pausa). Eu vou fazer meu trabalho e não vou abaixar a cabeça, porque, se abaixar, ferrou. Eu fui campeão da Copa do Brasil como uma das melhores defesas e por causa de um erro sei que o trabalho pode ir por água abaixo. Mas não é hora de pensar em detalhes, em problemas", disse ele.

"Eu fiquei tão abatido, mas tão abatido, que o papel se inverteu. O Marcos Assunção voltou comigo de Araraquara, eu deixei ele em casa. Ele veio para mim e perguntou: 'Cadê o cara que sempre levanta o grupo, que lidera o vestiário, que dá as palavras de confiança? (voz embargada)'. Eu digo, só vamos conseguir se um ajudar o outro", completou.

Maurício Ramos e seus companheiros têm folga nesta segunda-feira e voltam a treinar na terça-feira, já pensando no jogo contra o Fluminense, marcado para 17h de domingo, em Presidente Prudente.