Alvo de protestos da torcida, Roth se sente injustiçado no Cruzeiro: "Virei culpado de tudo"

Contratado para “arrumar a cozinha” no Cruzeiro, depois de o time fracassar no Campeonato Mineiro e na copa do Brasil, o técnico Celso Roth afirma que cumpriu seu papel e conseguiu evitar que a equipe novamente brigasse contra o descenso, como ocorreu em 2011. De saída confirmada para o final do Brasileiro, o treinador se considera injustiçado pelos torcedores celestes durante sua passagem pela Toca da Raposa.

“Essas coisas de gritar fora Roth, não precisa. Eu já estou fora. Todo mundo sabe que eu estou fora para o próximo ano. Temos que ter cuidado com algumas coisas, principalmente com a avaliação que se faz dos trabalhos. Treinador sempre é o culpado. O Luiz Felipe Scolari foi campeão da Copa do Brasil, um mês depois saiu corrido do Palmeiras. Pessoas têm memória curta”, observou.

Na terça-feira passada, Celso Roth oficializou que não permanece para a próxima temporada. A saída do treinador era esperada, já que a diretoria do clube sinalizava que mudaria o comando da equipe para 2013. O técnico gaúcho mostrou-se incomodado com a postura dos dirigentes, enquanto ainda tem contrato com o Cruzeiro, até o final do ano.

Entretanto, o treinador negou deixar o clube antes e disse que pretende comandar a equipe celeste até o fim do Brasileiro. Para ele, apesar da campanha irregular no Brasileiro, em que o time ocupa atualmente a 13ª colocação (43 pontos), seu trabalho atendeu às expectativas.

“Quando cheguei, interessante isso, vocês me diziam que eu cheguei para tirar o Cruzeiro do rebaixamento. Era voz corrente, pública. Sou taxado de treinador que vem salvar clubes. Foi assim com Atlético, Grêmio e outros. Agora estamos nessa situação e eu virei culpado de tudo”, reclamou.

O treinador é um dos principais alvos da torcida, inconformada com a participação do Cruzeiro na temporada. Roth chegou ao clube em maio, para o lugar de Vagner Mancini, que saiu por causa de eliminações precoces no Mineiro e na Copa do Brasil. Apesar das críticas, o técnico deixou o Cruzeiro bem longe da briga contra o rebaixamento, mas não alcançou a vaga à Libertadores.

Além disso, o técnico admitiu que as contratações realizadas em sua passagem (Ceará, Borges, Fabinho, Willian Magrão e Sandro Silva) não renderam o esperado. “Trouxe cinco contratações. Não deram certo como gostaríamos. Mas as demais já estavam aqui desde o começo. Então, temos que olhar o geral”, ressaltou Roth.