Fundamental no tetra, Xerém divide holofote com 'medalhões'; veja histórias da base
Nos primeiros treinamentos do Fluminense durante a pré-temporada de 2012, a maioria dos jovens promovidos das categorias de base integravam o time 'C' nos coletivos. Até mesmo Wellington Nem, atualmente titular indiscutível, começou o ano como terceiro reserva para o ataque. Mas as coisas mudaram nas Laranjeiras. Jogadores pouco aproveitados como Araújo, Rafael Moura, Souza e Martinuccio foram negociados, outros titulares se lesionaram, e Xerém se tornou fundamental para a conquista do tetracampeonato nacional do Tricolor.
Com diferentes níveis de participação, nomes como Samuel, Wallace e Marcos Junior conseguiram substituir a ausência de titulares importantes, marcaram gols e mantiveram o Fluminense no caminho das vitórias. O maior destaque, porém, foi o atacante Welligton Nem. A revelação do Campeonato Brasileiro de 2011, quando atuou pelo Figueirense, foi quem mais atuou entre as promessas. Titular absoluto, foi também quem mais marcou, com seis gols.
O uso dos jovens da base confirmou uma mudança de planejamento do time das Laranjeiras, iniciada em 2011, quando a diretoria entregou a primeira parte da reforma em Xerém. Ao invés de um elenco repleto de medalhões e 'reservas de luxo', aposta na garotada. Para o técnico Abel Braga, o segredo foi lançar os jovens num momento bom da equipe, e aos poucos, sem colocar todos de uma vez em campo.
“Um garoto sente quando é lançado num momento de instabilidade, de cobrança da equipe. E hoje o momento é diferente. O Flu tem disputado todas as competições nos últimos quatro, cinco anos. Isso ajuda bastante. Além disso, o trabalho da base atualmente é muito melhor. Os meninos que estão subindo são superiores. Em 2005, lancei muitos, mas infelizmente apenas Diego Souza e Arouca explodiram. O ambiente é muito bom, com jogadores maduros, que abraçaram os meninos”, disse o treinador.
Sem deslumbramento
Dinheiro, empresários, assessores e uma dezena de pessoas ao redor interessadas nos benefícios de estar ao lado de um jogador de futebol. O ambiente para os jovens promovidos ao profissional costuma seduzir quem não tem suporte familiar ou psicológico. A preocupação também atinge o técnico Abel Braga, que costuma 'emprestar' as revelações para jogos importantes da base e pede o mesmo empenho de outrora.
“Esta integração é muito boa. Converso com o Marcelo Veiga [treinador dos juniores] para saber como os garotos se saíram por lá. Tem que jogar lá como joga aqui. Se começar a se achar melhor do que os demais, já era. Vai ficar de castigo. Não colocamos pressão nem cobrança, mas o empenho precisa ser o mesmo ”, disse 'Abelão'.
Para que o torcedor do Fluminense conheça mais dos jovens importantes na conquista do tetracampeonato, o UOL Esporte preparou um breve resumo da história das revelações que subiram de Xerém para o time profissional nesta temporada e ficaram marcadas pela conquista nacional.
GAROTOS DA BASE BRILHAM EM CAMPANHA DO FLUMINENSE NO BRASILEIRO
Wellington Nem O habilidoso atacante do Fluminense começou a carreira no futsal, mas foi já no futebol de campo, defendendo o América-RJ, que Nem 'conquistou' olheiros do Fluminense. Na base do tricolor foi armador, mas tornou-se atacante em 2011, quando ficou emprestado ao Figueirense. Ganhou a titularidade no retorno ao time carioca e virou peça-chave no esquema do técnico Abel Braga. |
Samuel Sobrinho do meio-campo Zé Alcino, que se destacou pelo Grêmio, Samuel, nascido em São Borja, no Rio Grande do Sul, se destacou nas categorias de base do Internacional. Sem ter o contrato renovado em 2011, chegou ao Flu junto de Higor e Stefano. A transição para o profissional foi rápida. Impressionado com a força e velocidade do atacante, Abel Braga levou Samuel para a pré-temporada do time em 2012. | Wallace Foi descoberto em uma escolinha do Flu, no bairro de Irajá. Levado para Xerém, agradou e logo recebeu comparações com Marcelo, atualmente no Real Madrid. É favorito para ser titular da lateral direita no Sul-Americano sub-20 do próximo ano. 40% dos seus direitos econômicos já eram do Chelsea, por causa de negociação que levou Deco ao tricolor. O clube inglês o comprou em definitivo no início de novembro. |
Marcos Junior Descoberto por olheiros do Fluminense, deixou Brasília, sua cidade natal, aos 15 anos, para morar no alojamento em Xerém. Superou um problema de hérnia, que o tirou dos gramados por sete meses. Recuperado, foi o grande destaque do Fluminense na Copa São Paulo de Juniores de 2012 e passou a ter chances com Abel Braga no time principal. | Fábio Braga No Fluminense desde 2009, o volante conquistou vários prêmios e se destacou no Brasileiro Sub-20, quando o time carioca foi vice. A chegada do pai Abel Braga quase provocou a saída do jogador, que queria evitar comentários sobre sua utilização no time principal. No dia a dia, ambos chegam em carros separados e a relação é muito profissional. |
Higor Nascido em Campos Belos, no interior de Goiás, Higor chegou ao Fluminense em 2011, junto de Samuel e Fernando, todos eles dispensados do Internacional. Famoso pelo parentesco com Kaká – é primo de segundo grau do meia -, Higor teve poucas chances pela forte concorrência, mas é aposta da diretoria, que renovou o contrato do jogador até a temporada de 2014. | Michael A carreira do atacante há dois anos não era de jogador de futebol. Nascido em São Francisco de Sales, Minas Gerais, Michael era auxiliar de pedreiro ao lado do pai. Em 2011, após se destacar pelo Rio Preto-SP na Copa São Paulo de Juniores, acabou sendo levado para o Fluminense. Ficou marcado neste Brasileiro pelo gol e linda bicicleta que deu contra o Atlético-GO. |
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