Após contratos milionários de TV, Brasileiro 2012 tem maior diferença entre elite e rebaixados
Ao seu final, o Brasileiro 2012 é que o apresentou a maior diferença entre a elite do campeonato e os rebaixados no atual formato com 20 times em pontos corridos. Esse abismo entre os primeiros colocados e os últimos ocorre justamente no primeiro ano dos contratos individuais da TV Globo com os maiores clubes nacionais, o que inflou seus orçamentos e gerou uma grande distância financeira entre os participantes do campeonato.
Neste Nacional, as quatro melhores equipes - Fluminense, Atlético-MG, Grêmio e São Paulo- somaram 286 pontos, maior número desde 2006, primeira edição com 20 equipes. Esses são os que obtiveram vagas na Libertadores.
Em compensação, os quatro piores -Figueirense, Atlético-GO, Sport e Palmeiras- conseguiram juntos 135 pontos, a menor pontuação conjunta da zona da degola desde aquele ano. São os times que foram rebaixados à Série B.
Por consequência, a diferença entre a elite e os rebaixados atingiu 151 pontos, um número inédito. Até agora, o maior buraco entre esses dois grupos era de 137 pontos, ocorrido em 2006. Ou seja, houve um acréscimo de mais de 10% em relação ao número anterior.
Todos os times que estão entre os quatro primeiros colocados do Brasileiro assinaram contratos individuais com a Globo. Seus rendimentos com televisão saltaram em pelo menos 50% com esses novos acordos.
No grupo dos rebaixados, a maioria é de times que não fecharam acordos milionários com a emissora pelo Nacional e, portanto, não tiveram grande incremento em sua renda. A exceção é o Palmeiras, cujo balanço de 2011 somava R$ 140 milhões em rendas, e teve salto em seus ganhos com a televisão. Mas Figueirense, Sport e Atlético-GO não tiveram aumentos significativos em suas rendas.
Para se ter uma ideia, a menor diferença entre a elite e os rebaixados do Brasileiro foi em 2009, quando ficou em apenas 104 pontos. Neste ano, o Flamengo somou 67 pontos para ser campeão, apenas um ponto acima do São Paulo, quarto colocado neste campeonato.
Em 2012, o Fluminense ficou com 77 pontos, um a menos do que o recorde neste formato com 20 times, que era do São Paulo, com 78 pontos. Mas, naquele ano, os são-paulinos acabaram disparados na frente. Enquanto isso, os tricolores cariocas até ganharam com rodadas de antecedência, mas tiveram Atlético-MG e Grêmio em seu encalço a maior parte do campeonato.
Pelo cenário traçado neste ano, cada vez mais a disputa ficará restrita ao grupo de grandes times nacionais, mesmo para posições intermediárias do campeonato como da 5ª a 12ª colocação. Uma análise da tabela final do Nacional mostra que, entre os 12 primeiros, estão 11 clubes do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio grande do Sul que assinaram os maiores contratos financeiros com a Globo. A única exceção, novamente, é o Palmeiras.
O Brasileiro 2012 mostra que a competição caminha para se tornar similar às ligas nacionais europeias, onde o abismo entre grandes e pequenos sempre foi maior do que em terras sul-americanas. Na última temporada, de 2011/2011, a Liga Inglesa teve diferença de 188 pontos entre os quatro times da elite e os quatro últimos. Na Espanha, esse buraco foi de 163 pontos. Ambos os campeonatos têm o mesmo número de jogos e participantes do que no Nacional.
Por lá, os times de ponta têm contratos de televisão de grande disparidade financeira em relação às equipes menores, especialmente na Espanha. Por lá, um campeão nacional soma até 100 pontos, caso do Real Madrid na última temporada. Por lá, o Manchester City conseguiu 89 pontos para ser campeão na Inglaterra. Uma realidade distante da brasileira, mas que, a partir de 2012, deve se tornar mais próxima.
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