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Em Brasileiro recheado de astros, 'refugos' surpreendem e lideram artilharia

Atacante William, da Ponte Preta, é o principal artilheiro do Brasil no ano de 2013 - GUSTAVO MAGNUSSON/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Atacante William, da Ponte Preta, é o principal artilheiro do Brasil no ano de 2013 Imagem: GUSTAVO MAGNUSSON/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Marcio Monteiro

Do UOL, em São Paulo *

23/08/2013 06h04

Em um campeonato com atacantes renomados como Diego Forlán, Alexandre Pato, Luis Fabiano, Leandro Damião, Fred, entre outros, quem lidera a lista da artilharia do Brasileirão-2013 são William, Éderson, Maxi Biancucchi e Rafael Marques, jogadores rodados e com passagens sem grande destaque por outras equipes.

Com quase metade da competição disputada, William, atacante da Ponte Preta, aparece como principal goleador, com 10 gols. “Só por estar jogando no meio de tantos craques, como Barcos, Damião, Luis Fabiano, e tantos outros, já fico feliz, estar no topo da artilharia então é muito melhor”, disse o jogador ao UOL Esporte. Ele é também o que mais rodou por clubes pelo mundo, com 13 no currículo. Só pelo time campineiro, está em sua terceira passagem.

O atacante William surgiu no bom Santos do início dos anos 2000. Apesar de bicampeão brasileiro pelo clube, não conseguiu se firmar entre os titulares. Assim, começou sua rodagem pelo mundo, com passagens por Coreia do Sul, Portugal e França. No Brasil, jogou por Coritiba, Grêmio, Avaí e Vitória. “Deu para tirar bastante coisa quando fui para Coreia, Portugal, França, a gente aprende muitas coisas, não só no futebol, mas com a maneira das pessoas, a cultura, isso traz experiência. Mas em campo, hoje tenho mais calma para finalizar”.

Apesar de boa passagem pelo Avaí entre 2008 e 2011, é na Ponte Preta neste ano de 2013, já na experiência dos 30 anos, que William vive um dos grandes momentos de sua carreira. Além de ocupar o topo da artilharia do Nacional, foi também o maior goleador do Paulistão, com 13 gols, à frente de Neymar, com 12. Mesmo com a boa fase, ele ressalta outras passagens. “Na Ponte sempre fui apoiado, muito bem recebido e com total confiança. Mas tive outros momentos maravilhosos, o ano passado também foi bom, no Avaí fui bem, onde fiz 50 gols, na Ponte em 2010...”

Já Maxi Biancucchi chegou ao Flamengo em 2007 mais conhecido por ser o primo de Messi do que por seu talento em campo. Apesar do bom início no Fla, o atacante não obteve sucesso na equipe rubro-negra, com apenas 7 gols em 69 jogos. Após passagem por México e Paraguai, retornou ao futebol brasileiro, ao Vitória.

No clube baiano, já são 14 gols em 28 partidas, e a vice-artilharia no Brasileirão. Quem aparece dividindo a 2ª colocação com o argentino na lista, com 8 gols, é Éderson, que apesar de jovem, já acumula passagens por Ceará e ABC, antes do Atlético-PR.

ATACANTE WILLIAM AINDA QUER FAZER SUCESSO NA EUROPA

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    Com passagens por Ulsan Hyundai (COR), Boavista (POR) e Guingamp (FRA), William ainda pretende fazer sucesso em um grande clube da Europa. “Ainda tenho esse sonho de voltar, jogar em grandes clubes da Europa, equipes que tenham mais visibilidade, ser mais valorizado. É difícil se destacar em equipes (europeias) menores. Não penso em encerrar a carreira ainda, e nem no Brasil. Quem sabe na Arábia, Japão, ou mesmo na Europa, mas ainda é cedo para pensar”.

O cearense de 24 anos iniciou sua carreira no Ceará, passou pelo Atlético-PR no final dos anos 2000, e jogou também pelo ABC. Uma séria lesão em 2008 deixou Éderson seis meses longe do futebol, mas de volta ao rubro-negro paranaense em 2013, reencontrou o caminho das redes.

O terceiro colocado é Rafael Marques, hoje no Botafogo, mas com passagem pelo Palmeiras, em 2004. Passagem essa que não deixou nenhuma saudade ao torcedor palmeirense. Em um ano no clube, apenas 13 jogos e um gol marcado.

Após rodar pelo interior de São Paulo e se aventurar na Turquia e Japão, retornou ao país e, após um 2012 sem gols pelo Botafogo, já soma 14 na atual temporada pela equipe carioca e não esconde a vontade da artilharia. "O meu objetivo maior é ajudar a equipe. É até engraçado falar que atacante não tem como principal meta a artilharia.  Isso, para mim, é algo que sai naturalmente. Todo jogador, ainda mais na minha posição, quer chegar à artilharia, mas enquanto eu estiver auxiliando a equipe a conquistar vitórias mesmo sem marcar estarei feliz. O gol sai naturalmente". 

* Colaborou Bernardo Gentile, do Rio de Janeiro