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Lesões limitam opções de Tite e Ibson sofre para substituir Paulinho

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

30/08/2013 06h00

A torcida do Corinthians está órfã de Paulinho e cada vez mais irritada com Ibson. Com as lesões de Guilherme e Renato Augusto, o ex-flamenguista é praticamente a única opção de Tite para a vaga de segundo volante, ao lado de Ralf. Sem encantar, porém, o jogador já vê a pressão aumentar em seus primeiros jogos pelos Corinthians.

O ápice dessa insatisfação foi na última quarta-feira. No dia em que a torcida reatou com o time, gritou olé e comemorou o 2 a 0 sobre o Luverdense, Ibson saiu de campo muito vaiado.

“Vão cobrar bastante mesmo, porque quem jogava ali era o Paulinho, que é um grande jogador, deixou sua marca. Eu tenho de continuar o que eu venho fazendo, e aos poucos vou crescendo”, disse Ibson, sem dar atenção às críticas. 

Com diferentes intensidades, essa tem sido a tônica da passagem do meia pelo Corinthians até o momento. Dispensado pelo Flamengo, Ibson chegou ao clube a pedido de Tite, admirador de longa data do jogador. Questionada, a diretoria justificou a aposta com os exemplos díspares de Adriano e Emerson Sheik, que chegaram igualmente questionados e tiveram destinos bem distintos.

O plano de Tite era manter Ibson por perto, como opção, já que Paulinho estava de saída. Guilherme, inserido no contexto do time há um ano, assumiria a vaga naturalmente. O problema é que o volante revelado pela Portuguesa teve um problema em um tendão no púbis, passou por uma cirurgia e sequer tem data para retornar aos gramados.

Em entrevista coletiva, Tite chegou a admitir Renato Augusto como opção para setor, embora tenha ressaltado a preferência por Ibson. O camisa 8, no entanto, adiou a possibilidade com a inflamação no joelho direito que deve tirá-lo de combate por até cinco semanas. Sem os dois, Tite pode promover a estreia do jovem Jocinei, que ainda não convenceu nos treinos, ou retornar Edenílson à sua posição original, promovendo Alessandro ao time titular.

Os números do Datafolha mostram algumas falhas no jogo de Ibson. Guilherme, mesmo sem encantar, chuta e participa tanto do jogo quanto Paulinho. Já o ex-flamenguista tem 0,1 finalização por partida e recebe metade das bolas que os seus colegas.

Na defesa, Ibson também não se destaca. Em um sistema defensivo estável, ele desarma pouco (4,5 por jogo, contra 10 de Paulinho e 13 de Guilherme) e comete poucas faltas (0,8, contra 2 e 1,8, respectivamente). Mesmo assim, Tite pede paciência.

“A minha opinião é de que, se pegar algumas críticas, tem muitos que entendem que futebol é a perfeição, e [esquece] que Paulinho ficou um ano trabalhando antes de virar titular. E é injusto pegar Ibson para que seja igual ao Guilherme. Depois de uma sequência a gente pode ter uma real avaliação de desempenho”, disse Tite, há uma semana, quando questionado sobre o assunto.