Com Montillo, Santos encontra 'camisa 9' e vê rival sucumbir com estrelas

A camisa utilizada por Walter Montillo no Santos continua sendo a 10, mas a função do argentino em campo é de um autêntico centroavante que veste a 9. Sem encontrar um “matador” mesmo com as contratações de Willian José, Thiago Ribeiro e Everton Costa, o técnico Claudinei Oliveira resolveu o problema ao improvisar o argentino no setor.

Satisfeito com o seu ataque, o Santos vê o Corinthians, adversário deste domingo, em Araraquara, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, insatisfeito com suas opções no setor. No início do ano, era difícil questionar as opções de ataque do técnico Tite. Paolo Guerrero era o herói do Mundial e Alexandre Pato foi a contratação mais cara da história do futebol brasileiro. Dez meses depois, porém, a força da dupla não garantiu ao Corinthians um setor ofensivo de qualidade, especialmente no segundo semestre.

O peruano tem 18 gols no ano, contra 15 de Pato. Os dois são artilheiro e vice-artilheiro do time no ano, respectivamente. Só que a maior parte desses gols foram no primeiro semestre, quando o Corinthians ainda contava com Paulinho. No Brasil, o camisa 7 marcou oito vezes, e Guerrero apenas cinco.

No Santos, o “centroavante” Montillo atua entre os zagueiros e atrás dos volantes adversários, e obriga a equipe santista a jogar com dois atacantes de velocidade pelos lados do campo. Nos últimos três jogos, Claudinei optou por Thiago Ribeiro e Everton Costa. Foram duas vitórias e um empate – diante de Ponte Preta, Internacional e Náutico.

Dentro da área, o argentino também não deixou de fazer gol. Na vitória contra a Ponte Preta, o “falso 9” balançou as redes uma vez. Montillo também se destacou na nova função ao abrir espaços para Thiago Ribeiro, Everton Costa e até Cícero na goleada contra o Náutico. O trio marcou gols com a ajuda do camisa 10.   

Contra o Corinthians, Montillo está confirmado novamente como falso centroavante O técnico Claudinei Oliveira já descartou o retorno do argentino a sua posição de origem, como armador de jogadas.

“Tem condição, mas não sei se aguenta os 90 minutos. A orientação não é que ele jogue como falso atacante, nas costas dos volantes, para servir os atacantes ou finalizar, que é o que ele faz de melhor”, explicou. O treinador levou em conta o condicionamento físico do argentino para mudá-lo de posição.

O Corinthians, por sua vez, é o segundo pior ataque do torneio, combinando problemas na criação com seguidos erros de finalização. Em vários momentos da crise, Tite torceu pelos retornos de Guerrero e Pato, na expectativa de que eles dessem mais efetividade ao time. Não funcionou.

Hoje o peruano está afastado do time por conta de uma cirurgia no pé esquerdo, e deve perder todo o fim da temporada. Já Pato caiu em desgraça pelo erro na cobrança decisiva contra o Grêmio na última quarta, em que ele tentou dar uma cavadinha. Por isso, Tite faz planos alternativos para a função de centroavante.

“O Emerson produz mais do lado esquerdo, ali é melhor. Botei o Danilo por vezes de 9. Hoje treinei em parte com o Renato Augusto na função. Tentei com Danilo e Douglas, mas aí não tem um infiltrador. Vamos procurar, com ensaio e erro, algumas alternativas sem ser professor pardal”, disse o treinador.