Coadjuvantes silenciam medalhões no banco do Cruzeiro

Tricampeão brasileiro nesta quarta-feira, o Cruzeiro tem em seu elenco jogadores renomados, considerados ‘medalhões’, e que, em várias equipes brasileiras, seriam titulares. No time mineiro, porém, tiveram que, em algum momento, amargar a reserva.

Dagoberto, Julio Baptista e Borges são três dos maiores exemplos. Mas o bom ambiente na Toca da Raposa não permitiu que eles se ‘rebelassem’ por uma vaga na equipe titular.

Julio, por exemplo, chegou ao Cruzeiro no meio do ano com status de estrela após dez anos no futebol europeu. Com recepção de craque, gerou expectativa na torcida, na diretoria e nos companheiros. No entanto, não conseguiu uma sequência de jogos e virou uma espécie de ‘reserva de luxo’.

“Tive dificuldades por chegar no meio da temporada, mas mesmo não sendo bom para mim chegar no meio do ano consegui fazer boas apresentações, jogar bem e ajudar o Cruzeiro em jogos importantes, como o do Botafogo, Bahia e Vasco”, afirmou o jogador, que usa em suas costas o tradicional número 10. Em 2003, no bicampeonato, a camisa pertencia a Alex.

Para o técnico Marcelo Oliveira, mais do que o bom ambiente, a sua forma de trabalhar colaborou para que os medalhões aceitassem a condição de coadjuvantes no Cruzeiro. Segundo ele, a coerência em suas escolhas na escalação e o momento dos titulares ajudaram a manter os craques ‘calados’.

“Penso que a conscientização que o jogador tem, do momento do colega estar melhor, do exercício diário de valorizar a todos e também quem comanda procurar ser coerente. O jogador aceita ficar fora se existe coerência. O melhor daquele momento vai jogar independentemente de que às vezes um grande jogador fique fora, mas ele tem o mesmo valor”, declarou o comandante.

Borges retomou rapidamente a condição de titular, perdida depois de uma lesão, com seus gols. Hoje, é o principal artilheiro do clube na temporada com 18 gols, seguido por Éverton Ribeiro, com 13. Ricardo Goulart, outra surpresa no ano, fez 13, dois à frente de Dagoberto.