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Roni lembra pacto no Flu em 2009 e mostra pessimismo por novo 'milagre'

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/12/2013 06h00

Com duas passagens pelo Fluminense, entre 1997 e 2000 e em 2009, o ex-atacante Roni passou por dois dos maiores dramas do clube em sua história recente: os rebaixamentos para a Série B, em 1997, e C, em 1998, e o ‘milagre’ que salvou a equipe da degola em 2009, quando a queda era praticamente certa. Para o ex-jogador, um pacto entre os atletas decidiu a permanência da equipe na primeira divisão há quatro anos.

Roni apontou a união no elenco promovida pelo acordo como principal diferença entre o sucesso em 2009 e o fracasso em 1997, quando o Fluminense foi rebaixado pela primeira vez em sua história. O próprio atacante atuou pouco na reta final do 'milagre', quando exerceu papel mais importante nos bastidores, como um dos jogadores mais experientes do elenco.

“Fizemos um pacto de que, independente de quem não gostasse de quem entre os jogadores, comissão técnica ou treinador, iríamos acatar todas as decisões em prol de salvar o Fluminense. A partir do momento em que todos entenderam isso, começamos a focar nos jogos. Não deixar nada do dia a dia vazar a ter só coisas positivas”, lembrou Roni.

Assim como em 2009, o Fluminense enfrenta situação delicada neste ano. O Tricolor precisa vencer o Bahia às 17h deste domingo, na Fonte Nova, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, além de tropeços de Vasco e Coritiba, para evitar um novo rebaixamento.

Segundo Roni, no ‘milagre’ de 2009, o pacto aconteceu durante uma viagem da equipe ao Peru, quando empatou por 2 a 2 com o Alianza Atlético, nas oitavas de final da Copa Sul-Americana. Na ocasião, o atacante e capitão Fred estava lesionado e não chegou a viajar com o restante do grupo.

“Na época, o Branco era o nosso diretor de futebol, então conversei com ele de fazermos um pacto e ele falou com o Cuca. Depois, fizemos uma reunião com todo o elenco no meu quarto lá mesmo no Peru, no hotel. Quando voltamos, falei com o Fred. E o time mudou. Acabou a vaidade. Já no jogo seguinte vencemos o Avaí e ganhamos confiança”, recordou.

Mesmo de fora da conversa inicial, porém, Fred foi apontado por Roni como um dos principais responsáveis pela salvação daquela equipe em 2009. Para o ex-jogador, um atacante como o camisa 9 fez falta nas quedas de 1997 e 1998, o que pode se repetir em 2013, já que o centroavante está lesionado há três meses.

“O ponto crucial para esse time foi perder o Fred. A equipe ficou sem a referência, o cara que decide. Se o Fred estivesse lá, de repente, teria percebido algo de errado e tentado fazer alguma coisa melhor. É um líder, um cara inteligente”, ponderou.

Para Roni, os jogadores do Fluminense demoraram a perceber a gravidade da situação no atual Campeonato Brasileiro após seguidas boas campanhas na competição, inclusive com o título do ano passado.

“Não vivemos o dia a dia do clube, é difícil ficar falando o que aconteceu. Com certeza, o ambiente mudou. Eram jogadores que estavam acostumados com grandes conquistas, que acabaram não acontecendo esse ano. As coisas não foram dando certo, acabaram demorando para detectar e despertaram um pouco tarde”, lamentou Roni, que mostrou pessimismo sobre a estadia do Fluminense na primeira divisão.

“Quando você não depende só de você, tem que se preocupar, não adianta. Temos que fazer nossa parte, o que já não é fácil”, disse o ex-atacante, deixando clara a torcida pelo Tricolor. “Se Deus quiser que o Fluminense permaneça, vai sair. Mas é difícil, você tem que jogar sob pressão e ainda perguntando como estão os outros jogos. É complicado”, encerrou.

O Fluminense é o 18º colocado do Campeonato Brasileiro, com 43 pontos. Já Vasco e Coritiba, concorrentes diretos na disputa, têm 44 e 45 pontos, respectivamente. 

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