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Clemer repete tática de Dunga e tenta proteger Inter após discussões

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

07/12/2013 06h00

O maior mérito de Dunga sendo repetido por Clemer. Às vésperas do último jogo de 2013, o ex-goleiro se esforça para reeditar a tática do capitão do tetra: proteger o time publicamente. Mas a tarefa agora é mais árdua, em virtude das discussões, críticas e até um o bate-boca mais acalorado em Goiânia, após a 35ª rodada do Brasileirão.

Com Dunga, o vestiário do Colorado era hermético. Nada de expor jogadores nas entrevistas. Nada de críticas individuais. Nenhum ato de indisciplina dos tempos do antigo comandante vazou. Ou gerou crise externa.

Clemer não segue bem à risca a tática, tanto que precisou lidar com uma crítica escancarada de Willians, mas depois de uma semana mais tensa que o normal o plano foi adotado.

“É normal [a tensão maior], até pela nossa semana. O empate com o Corinthians foi bom, nos deixava fora. Mas os resultados paralelos atrapalharam. Você dá uma relaxada e volta com o risco mínimo. Aí volta a cobrança e tudo junto”, disse Clemer.

Na quarta-feira, D’Alessandro e Caio discutiram por um lance de treino. No dia seguinte, Alex teve um rompante após ser atingido nas costas por Rafael Moura. O mesmo jogador que foi protagonista de um bate-boca no vestiário do Serra Dourada, em 18 de novembro.

“Como a pressão é grande em cima de todos nós, às vezes tem uma discussão ou cobrança de um jogador com outro. Mas faz parte”, discursou o antigo camisa 1.

Forlán é divisor de águas

Dentro da ideia de blindar o vestiário, o caso de Diego Forlán serve para demonstrar o êxito. Com Dunga, o uruguaio nunca foi criticado publicamente. Mesmo indo para a reserva, o camisa 7 era valorizado.

Nem que para isto Dunga transformasse as coletivas em rápidas manifestações, com respostas curtas. Diretas. Quase beirando a má vontade.

Com Clemer, Forlán foi exposto. O técnico atual citou, mais de uma vez, que o charrua não joga por falta de intensidade. Por não ajudar no plano de marcação que tenta estancar o alto número de gols sofridos pelo time.

“O Otávio retorna para pegar o lateral. O Forlán já deixa a desejar nesse ponto. Ele tem muita finalização, mas não dá para cobrar dele o retorno”, comentou Clemer na mais recente análise sobre Forlán.

Contra a Ponte Preta, neste domingo, o Internacional precisará de tudo que for possível. Os resquícios da blindagem de Dunga, as melhorias defensivas obtidas por Clemer e pelo menos um ponto. Com um empate o Colorado já elimina qualquer risco de rebaixamento.