Torcida do Atlético-PR admite briga, mas culpa autoridades e vascaínos

A torcida organizada Os Fanáticos, do Atlético-PR, se manifestou um dia após a briga que levou quatro pessoas ao hospital no jogo contra o Vasco em Joinville. Em nota oficial, os atleticanos colocaram autoridades e vascaínos como os culpados.

Os primeiros citados na nota da organizada foram o Ministério Público e a Polícia Militar. “O Ministério Público de Santa Catarina e a Polícia Militar já estavam cientes do que este jogo representava para as duas equipes e do alto risco de confrontos entre as torcidas, não apenas na arquibancada, mas também durante o deslocamento das torcidas e nos arredores do estádio em Joinville. Nada justificava a falta de um isolamento efetivo entre as torcidas, tampouco a decisão do veto da polícia dentro do estádio”, diz a torcida.

A Polícia Militar informou que a empresa de segurança privada, contratada para o duelo, não tinha preparo para controlar o evento e que não pôde entrar no estádio em razão de uma ação do Ministério Público, que se defendeu negando que tivesse feito essa recomendação.

Logo na sequência, os atleticanos culpam os vascaínos por ter dado início a confusão. “As imagens são claras e mostram que o primeiro confronto aconteceu na área destinada a torcida do Atlético, provando a invasão da torcida do Vasco. Assim que a torcida vascaína avançou em direção da torcida atleticana, os atleticanos que se encontravam naquele local, partiram para cima dos invasores em legítima defesa”, escreveu.

"Se alguém invade sua casa, onde está sua família e seu patrimônio, você se trancaria no banheiro ou partiria para cima dos agressores? Nossos torcedores partiram em direção da torcida rival no intuito de se defender e proteger nossos materiais. Em momento algum agredimos ninguém que não estivesse "procurando" briga, pelo contrário, temos vários registros de um integrante nosso defendendo e protegendo um pai e um filho vascaínos e depois sendo covardemente derrubado e pisoteado", completaram os atleticanos.

Em entrevista à rádio Estadão, o promotor Francisco de Paula Fernandes Neto, responsabilizou o Atlético-PR pela confusão. "A responsabilidade é de quem organiza o evento", falou.

Em nota nesta segunda-feira, o Atlético-PR disse que dará todo o auxílio na identificação dos torcedores envolvido na briga.

A confusão do último domingo acabou com quatro torcedores encaminhados para o hospital, três deles já receberam alta. Outros três foram detidos e encaminhados para o presídio na madrugada desta segunda-feira, segundo a Polícia de Santa Catarina.

A briga envolvendo os dois clubes aconteceu aos 16 minutos e paralisou o duelo por mais de uma hora. A partida era feito por uma empresa de segurança particular, que havia sido contratada pelo Atlético-PR.

A Mazari, empresa de segurança que foi contratada, disse que já havia alertado o clube paranaense que os 90 homens destacados para a partida eram insuficientes.

Em nota, dias antes do duelo, a organizada do Atlético-PR informava que ingressos não seriam vendidos para crianças e mulheres devido à possibilidade de confronto.