Topo

Lusa, MP e torcedores irão bombardear a CBF na véspera do Brasileirão

Pedro Lopes *

Do UOL, em São Paulo

26/03/2014 17h31

Desde que a CBF conseguiu cassar as liminares que garantiam à Portuguesa a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro em 2014, no começo de fevereiro, o caso teve poucos desdobramentos. O Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação, mas teve o pedido de liminar negado. O clube prometeu ir à Justiça Comum, mas ainda não o fez. Apesar do “silêncio” atual, na semana que antecederá o início do Brasileirão, marcado para o dia 19 de abril, um verdadeiro bombardeio de ações contra a CBF deve ocorrer.

A principal esperança da Portuguesa para conseguir o retorno à Série A é uma ação movida por ela própria. As liminares em favor do clube, conseguidas anteriormente por torcedores, foram derrubadas com o argumento de que só a própria agremiação tem legitimidade para entrar com ação. 

A data na qual essa ação será proposta é mantida em segredo, mas dirigentes afirmaram ao UOL Esporte que a estratégia é de que seja próxima do início do Brasileiro, para que, caso haja sucesso em uma liminar, CBF seja surpreendida e o campeonato, já em andamento, paralisado.

O vice-presidente jurídico do clube, Orlando Cordeiro de Barros, desconversou sobre o prazo para entrar na justiça, mas admitiu que ele é parte integrante da estratégia montada para anular o julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva que rebaixou a Lusa.

“Já está tudo definido e pronto faz tempo, a ação e a data que será proposta. É parte da estratégia, e isso sou eu quem está cuidando. Não digo que será amanhã, nem depois. Será em breve”, afirmou.

Cordeiro de Barros também garantiu à reportagem que, apesar dos recentes encontros entre o presidente lusitano Ilídio Lico e o mandatário da CBF, José Maria Marin, não há no Canindé nenhuma intenção em desistir da briga e aceitar disputar a Série B.

Além da própria Portuguesa, o Ministério Público também está agindo. O promotor Roberto Senise Lisboa já recorreu da decisão judicial que negou seu pedido de liminar. O recurso chegou a ser incluído na pauta do dia 2 de abril no Tribunal de Justiça, mas foi retirado, e deve ser adiado. Com isso, a decisão deve sair em data bastante próxima do começo do Brasileirão.

Os torcedores do clube, que chegaram a conseguir três liminares a favor da permanência na elite do futebol brasileiro, também não desistiram do caso, e prometem entrar com várias ações na véspera do começo da competição nacional.

O bombardeio judicial nas três frentes em defesa da Portuguesa, na semana que antecede o Brasileirão, pode ter consequências desastrosas para a entidade. A obtenção de uma liminar em favor do clube, seja através do MP-SP, do próprio clube ou de torcedores, com o campeonato em andamento, tornaria nula a tabela e forçaria uma paralisação tanto da Série A como da Série B, deixando a entidade que comanda o futebol brasileiro encurralada e sem alternativa.

Outro fator que pode beneficiar o clube do Canindé perto do início do campeonato nacional é a eleição presidencial no São Paulo, marcada para o dia 16 de abril. Carlos Miguel Aidar é atualmente o advogado da CBF no caso, mas já avisou que não continuará atuando caso seja eleito no Morumbi. Uma decisão pró-Lusa após a eleição pode pegar a confederação em um momento de transição e troca de advogados.

Enquanto se prepara para entrar na Justiça, a Portuguesa, pelo menos oficialmente, está na Série B. A estreia está marcada para o dia 19, diante do Joinville, em Santa Catarina.

*colaborou Guilherme Costa