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Presidente do Santos cita pedido abusivo de Cícero e critica até Bom Senso

Odílio Rodrigues concedeu entrevista coletiva para explicar a saída de Cícero para o Fluminense - Divulgação/Santos FC
Odílio Rodrigues concedeu entrevista coletiva para explicar a saída de Cícero para o Fluminense Imagem: Divulgação/Santos FC

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

29/05/2014 19h11

O presidente do Santos, Odílio Rodrigues, explicou o motivo da transferência do meia Cícero ao Fluminense. O dirigente considerou que o atleta fez um pedido de aumento salarial abusivo e, por isso, não renovou o contrato do jogador, que terminava em dezembro deste ano.  

“O Eduardo Uram (agente do jogador) falou em outro aumento de salário, achamos abusivo e não concordamos com esse aumento. Nessa negociação com o Uram, além de pleitear o aumento salarial, ele ainda queria que o Santos comprasse um percentual do Cícero. O Santos também não teve interesse. A partir daí as partes não se sentiram atendidas no que desejavam”, afirmou Odílio Rodrigues.

Apesar de tentar evitar polêmicas referentes à saída de Cícero, o presidente do Santos lamentou o fato de o atleta não cumprir seu contrato até o fim e aproveitou a situação para criticar o Bom Senso, movimento criado pelos atletas que cobram melhorias nas condições do futebol brasileiro.

“De lição, não ficam mágoas, marcas, esse é o mundo do futebol, mas é importante que se respeite contratos, que o jogador quando faz o contrato, que o cumpra. Esse é um aprendizado que o futebol brasileiro tem que fazer. Acho bonita a postura do Bom Senso, mas já que é para todos acertarem as suas partes deveria ter no Bom Senso a condição do jogador cumprir o seu contrato”, disse.

Os valores da transação não foram divulgados. A multa rescisória de Cícero estava avaliada em 6 milhões de euros (aproximadamente R$ 19 milhões). Como detém 50% dos direitos econômicos do volante, o Santos não abria mão, inicialmente, de receber os 3 milhões de euros (R$ 9 milhões) para liberar o jogador ao Fluminense.

Cícero entrou em rota de colisão com a diretoria do Santos. O atleta chegou a cobrar publicamente uma valorização financeira. O camisa 8 rejeitou um aumento oferecido pelo Comitê Gestor de R$ 50 mil, pois queria receber "meio milhão" por mês (R$ 500 mil). Cícero ganhava atualmente R$ 350 mil mensais e passaria a receber R$ 400 mil.

Além dos R$ 500 mil mensais, o meia pretendia estender seu contrato e, principalmente, vender parte de seus direitos econômicos ao Santos. Ano passado, Cícero recebeu um reajuste de 25% no seu ordenado após receber uma proposta do Internacional.

“Normalmente não falamos de valores da negociação, então o Fluminense fez a proposta, o Comitê se reuniu, entendeu que a proposta era adequada e fechamos o negócio. Normalmente não falamos de valores, fica a critério do clube e do empresário, mas o Santos, por norma, não fala”, disse.