Fla e Inter culpam A. Santos por caso de agressão e se livram de punições
Flamengo e Internacional se defenderam no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelo caso André Santos, em que o jogador rubro-negro foi agredido por torcedores ao deixar o estádio Beira-Rio. A estratégia dos dois clubes em culpar o lateral-esquerdo convenceu o tribunal, que não aplicou punições – perda de mando de campo e multa. Tanto Fla quando Inter saíram vitoriosos da batalha jurídica, pois não houve provas de que o atleta levou socos e chutes.
Segundo os auditores do STJD, os clubes não infringiram os artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva e do Código Disciplinar da Fifa, que destacam medidas a serem tomadas para garantir que jogadores sejam protegidos ao deixar as imediações de estádios. Rubro-Negro e Colorado corriam riscos de perder até dez mandos de campo e pagar multa de até R$ 100 mil.
Em negociação para deixar o clube, André Santos não esteve na audiência. A defesa do Flamengo, comandada por Michel Assef Filho, apostou na responsabilidade do atleta por ter saído do vestiário de maneira intempestiva. O diretor rubro-negro Felipe Ximenes relatou que André Santos só comunicou de seu compromisso – viagem a Santa Catarina – após o jogo.
O cartola ainda ressaltou ser difícil controlar o que cada atleta programa para sua folga. Gabriel Skinner, gerente de futebol, e Fabinho, segurança do Flamengo, mantiveram a versão de culpa do atleta.
A dupla ressaltou que o lateral-esquerdo estava com pressa e tomou decisão de sair do estádio sem levar em conta a programação rubro-negra. Tanto Flamengo quanto Internacional negaram agressões ao jogador, somente confirmaram ofensas e gritaria.
As testemunhas levadas ao tribunal pelo clube gaúcho seguiram a mesma linha do Flamengo. Vice-presidente de administração colorado, José Alfredo Santos Amarante destacou que André Santos errou em deixar o vestiário, pois caiu em lugar de livre acesso.
O advogado Daniel Cravo, do Internacional, seguiu a tese de que não houve agressão, como relatado pelo Coronel Alexandre Bortolozzi, da Polícia Militar do Rio Grande do Sul.
Outro caso em pauta no STJD, a expulsão de Chicão também não rendeu problemas ao Flamengo. O zagueiro já cumpriu punição de um jogo e está livre para jogar, após levar advertência.
O caso André Santos
Após a goleada do Internacional por 4 a 0 sobre o Flamengo, no Beira-Rio, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, André Santos foi agredido por cerca de 30 torcedores. O lateral-esquerdo foi alvo de chutes e socos de flamenguistas no pátio do estádio colorado, logo depois de deixar o vestiário em direção a um carro particular que o esperava.
O jogador deixou o local antes dos companheiros por causa de viagem para Santa Catarina, onde passaria folga. Ele estava acompanhado apenas por um segurança particular. Os rubro-negros o reconheceram e iniciaram a agressão.
André Santos está fora do Flamengo desde o episódio violento. O lateral diz ter sido dispensando pela diretoria rubro-negra, que negou a rescisão contratual de forma unilateral. O empresário Carlos Leite mantém conversas com o Flamengo para definir o futuro do jogador, que foi alvo de críticas da torcida durante a atual temporada.
A insatisfação culminou com a agressão em Porto Alegre, quando André Santos foi abordado por cerca de 30 torcedores no Beira-Rio. "Eu só consegui proteger o meu rosto para que não viesse a me machucar mais. Estou com dor na costela, me deram muito soco, muito chute. Não tenho como saber quem foram os torcedores que me agrediram", afirmou o lateral em entrevista ao canal SporTV na última semana.
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