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Talismã de 2010 revê Inter em duelo particular com D'Ale no Gre-Nal

Parceiros em 2010, Giuliano e D"Alessandro terão duelo de "donos do time" no Beira-Rio - Montagem com fotos Site oficial do Grêmio/Divulgação e Lucas Uebel/Getty Images
Parceiros em 2010, Giuliano e D'Alessandro terão duelo de 'donos do time' no Beira-Rio Imagem: Montagem com fotos Site oficial do Grêmio/Divulgação e Lucas Uebel/Getty Images

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

10/08/2014 10h15

O ano é 2010, o mês é agosto e o dia 18. Giuliano recebe na intermediária do Beira-Rio, o mesmo que vai reencontrar neste domingo, avança e chuta rasteiro. Gol. Gol do Inter e taça no armário. A Libertadores daquela temporada ficou com o Colorado com uma grande contribuição do meia, agora jogador do Grêmio. E que revê o ex-clube, o antigo estádio e a torcida antes sua em um duelo particular com D’Alessandro. Outro velho conhecido.

D’Ale foi eleito, meses após aquele 18 de agosto e a vitória de 3 a 2 em cima do Chivas-MEX, o melhor jogador das Américas pelo jornal El País. E Giuliano ganhou o prêmio de melhor atleta da Libertadores. Mesmo com características distintas, com estilos diferentes, eles protagonizam sim um confronto a parte no Gre-Nal 402, válido pela 14ª rodada do Brasileirão.

Giuliano foi contratado para ser o cérebro do Grêmio. Em um mês já havia encantado dirigentes, colegas de time e principalmente a torcida, carente de uma figura assim. Centralizadora e decisiva. As mesmas virtudes de D’Alessandro, ídolo máximo de uma geração inteira de colorados. Baluarte de um Inter multicampeão, forjado após 2006.

Autor de seis gols na campanha que culminou com o bicampeonato da Libertadores do Inter, Giuliano terá atenção especial neste clássico. Abel Braga não abriu, mas é possível que oriente um ou mais jogadores para praticar um rodízio na marcação do camisa 88 do Grêmio.

“Temos que ter cuidado, é um jogador que está muito mais experiente e melhor. Ele mesmo falou que adquiriu massa muscular lá fora. Claro que preocupa. Tem o último passe excepcional, temos que ter muita atenção com ele”, disse o treinador do Colorado.

Giuliano chegou ao Grêmio cheio de responsabilidade. Ao contrário dos tempos de Inter, quando brilhava muitas vezes vindo do banco de reservas, e tinha o rótulo de um jovem promissor frequentemente chamado para seleções de base do Brasil, agora ele precisa ser protagonista pela primeira vez na carreira.

No Colorado, ou mesmo no Dnipro, da Ucrânia, Giuliano era coadjuvante, assumia o jogo por imposição técnica, mas nunca foi a estrela maior das equipes que defendeu. Agora é.

As razões são simples: investimento e necessidade. O Grêmio, em parceria com um investidor, aplicou 8 milhões de euros na compra dos direitos do atleta, que assinou por três anos. Ele foi a principal contratação da temporada.

Não bastasse isso, Giuliano não tem com quem dividir o foco. Barcos, mesmo marcando gols recentemente, está longe de viver boa relação com a torcida. Zé Roberto é reserva, Luan também pode não jogar e faltam jogadores que possam desequilibrar em favor do Grêmio.

"Eu analiso enfrentar o Inter com muita naturalidade. Hoje defendo o Grêmio, sou profissional. Sei que serei xingado. Tenho muito respeito pelo Internacional. Mas seria um desrespeito com meus companheiros e meu clube não comemorar caso marque um gol. O Gre-Nal é um jogo muito importante. Um jogo de pegada. É preciso estar focado desde o início", afirmou.

Até agora pelo Grêmio foram seis jogos e um gol marcado, até o primeiro clássico Gre-Nal vestindo azul em vez de vermelho.