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R. Moura completa 9 horas sem gol. Mas não está sem moral no Inter

Do UOL, em Porto Alegre

24/08/2014 06h00

Eleito vilão do Internacional na derrota para o Atlético-MG, neste sábado em Belo Horizonte, Rafael Moura convive com um jejum que já incomoda. São cinco partidas sem nenhum gol, o equivalente a nove horas de seca. Mas nem por isso o lugar no time está em voga. Abel Braga, direção e jogadores dão crédito ao centroavante.

No estádio Independência a seca do camisa 11 chegou ao seu ápice. He-Man perdeu duas chances para marcar, uma defendida por Victor e outra atirada na trave. A poucos metros da linha do gol e sem ninguém por perto. Uma jogada que gerou incredulidade nos colegas, mas não rendeu nenhuma crítica pública por parte do treinador.

“Você não quer que eu fale agora após o jogo que vou tirar o Rafael Moura, né? Não vou jogar a responsabilidade toda em cima de um jogador. Ele errou, acontece. Falar que o atleta não fez o gol é muito simples, muito fácil”, afirmou Abel Braga.

O último gol de Rafael Moura pelo Inter foi diante do Santos, em 3 de agosto. Desde então ele participou dos cinco jogos como titular (Ceará, Goiás, São Paulo e Atlético-MG), acumulando 553 minutos sem balançar as redes. O tempo equivale a 9,2 horas.

"Temos que colaborar com o Rafa, criar mais chances para aumentar a margem de erro", disse Alex, em apoio ao companheiro. "O Rafael é um grande atleta, um grande profissional. Não tenho que falar nada com ele (sobre o gol perdido)", disparou Abel.

Homem de confiança do treinador, He-Man disputou 29 partidas na temporada e ainda é o artilheiro do Inter no ano: 15 gols. O suplente Wellington Paulista, que ainda tem chances remotas de tomar a posição, disputou 31 jogos e anotou 10 gols.

"Talvez ele não esteja sendo feliz no momento. Mas não vai ser por pressão da torcida que ele vai sair. Se sair, vai trabalhar para voltar em alto nível. Você acha que a equipe deixou de pontuar em duas partidas por causa do homem mais adiantado da equipe?", apontou Abel Braga, em nova demonstração de apoio.

A única chance de Rafael Moura deixar o time é ser incluído de cara no sistema de rodízio - já informado por Abel antes da partida deste sábado. A mexida, mesmo que ocorra com este argumento, vai contra justamente a declaração mais enfática do treinador: a pressão da torcida não vai mexer no time. E nas redes sociais, os colorados clamam pela substituição.

Em silêncio após a segunda derrota seguida do Internacional no Brasileirão, Rafael Moura deixa no ar ainda as suas declarações pós-jogo com o São Paulo. Onde admitiu um certo desconforto por jogar isolado no ataque, tal qual um náufrago no meio do oceano. O problema agora é que a bola chegou, não entrou e o jejum aumentou.